Caso Tancos: Coronel da GNR detido no aeroporto de Lisboa

Investigação ao furto de armamento em Tancos, e à sua posterior recuperação, fez esta manhã o 25.º arguido. Militar da GNR regressava de uma missão na República Centro Africana.
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O coronel Taciano Teixeira Correia foi detido na manhã no âmbito da investigação ao furto de armas nos paióis de Tancos, em junho de 2017. Ao DN fonte oficial da GNR adiantou que o militar foi presente ao juiz para ser ouvido. Ficou sujeito a termo de identidade e residência e está proibido de se ausentar do país e de contactar outros arguidos.

O responsável pela investigação criminal da Guarda na altura do furto regressava a Portugal depois de uma missão na República Centro Africana - onde coordenava uma missão das Nações Unidas - e é agora o 25.º arguido nesta investigação.

O JN recorda que o oficial era, à data do furto do armamento, diretor da estrutura de investigação criminal e é suspeito de ter autorizado participação da Guarda na encenação para a recuperação do arsenal de guerra, através dos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Loulé.

As medidas de coação ao coronel Teixeira Correia foram aplicadas após ter sido presente ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

O coronel Teixeira Correia foi detido no aeroporto de Lisboa, na sequência de uma ordem do Ministério Público, quando regressava da República Centro-Africana. Posteriormente, foi encaminhado para o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde foi ouvido. A notícia da detenção do oficial da GNR foi avançada pelo Jornal de Notícias, que indicava que o coronel Teixeira Correia era, à data do furto do armamento, diretor da estrutura de investigação criminal.

Também segundo o JN, o militar é suspeito de ter autorizado a participação da GNR na encenação para a recuperação do arsenal de guerra, através dos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Loulé. O jornal adianta ainda que o coronel Teixeira Correia estava colocado desde dezembro do ano passado na República Centro-Africana, como coordenador de uma missão das Nações Unidas, e regressava a Lisboa para um período de férias.

O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.

Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.

Quase três meses após a divulgação do furto das armas, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial, por suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento e durante a qual foram detidos o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira e o antigo porta-voz da PJM Vasco Brazão e três militares da GNR, num total de oito militares.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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