Coreanos DAY6 apresentam-se esta quarta em Lisboa a pedido dos fãs
É caso para dizer que os fãs ordenaram e a banda obedeceu. Depois de uma bem-sucedida primeira digressão europeia, em 2016, os fãs nacionais da banda coreana DAY6 criaram um movimento viral na mymusictaste, uma plataforma online na qual o público vota por concertos dos seus artistas favoritos nas respetivas cidades. Coincidência ou não, quase todas as atuais campanhas da plataforma são relacionadas com grupos ou artistas coreanos, o que atesta bem a popularidade deste estilo musical, tornado pelo governo da Coreia do Sul numa prioridade, em termos de exportação e diplomacia cultural.
O trajeto dos DAY6 não é muito diferente de outros projetos musicais nascidos e criados pela indústria do K-pop. Ao contrário do habitual no ocidente, em que um artista dá nas vistas e só depois é contratado por uma editora, no universo da K-pop são os aspirantes a ídolos quem normalmente procura as agências. Segue-se uma sucessão de castings e um período de treino que pode durar anos, sem qualquer certeza de quando ou sequer se irão entrar nalgum grupo, num modelo próximo ao que, nos anos 60, era praticado nos Estados Unidos pela famosa editora Motown.
Tal como aconteceu com Young K, baixista e um dos vocalistas da banda, que iniciou a carreira como "trainee" na JYP Entertainment, uma das três maiores editoras de K-pop, depois de se ter dado a conhecer no Youtube. No seu caso, o sonho de ser um ídolo implicou até uma mudança de país - do Canadá, onde então residia, para a Coreia do Sul. E foi ainda preciso esperar quatro anos para que o trabalho começasse a dar frutos, quando finalmente foi anunciado o novo grupo 5LIVE, composto por Young K, Sungjin, Jae, Junhyeok e Wonpil. Apenas um ano depois e após algumas aparições em programas de televisão, a banda seria rebatizada de DAY6, com a entrada de mais um membro, o baterista Dowoon.
O primeiro álbum, Sunrise, seria editado em 2017, numa altura em que já tinha voltado a ser um quinteto, após a saída de Junhyeok, que alegou "razões pessoais" para a decisão de abandonar a banda. Tal como tinha acontecido quando pela primeira vez se apresentou ao vivo, a banda voltou a chamar a atenção do público por fugir um pouco ao estereótipo dos grupos de K-pop, por ser isso mesmo, uma banda e não apenas um grupo de cantores e dançarinos.
Igualmente diferenciador é o estilo musical praticado, ou antes os vários, que tanto vão do pop ao hip-hop, como do rock às baladas mais românticas. Uma abrangência estética que ficou aliás bem patente no projeto Every DAY6, no qual se propuseram a lançar dois temas novos todos os meses, sempre no mesmo dia, durante o ano de 2017. Desde então, já editaram mais três álbuns, além de diversas compilações e discos ao vivo. São eles Moonrise (2017), Unlock (2028) e The Book of Us: Entropy, lançado no final do ano passado e lhes valeu a entrada para o décimo lugar da Billboard. É este disco que vêm agora apresentar em Lisboa, num concerto de estreia, literalmente, a pedido dos fãs.
Sala Tejo do Altice Arena, Lisboa
29 de janeiro, quarta-feira, 19.00
Bilhetes: €75 a €200