A estrutura que coordena as polícias e as secretas - Sistema de Segurança Interna (SSI) - não tem instalada uma linha de comunicações seguras e esta falha está a atrasar a ativação na suas instalações do grupo operacional da Unidade de Coordenação Antiterrorista (UCAT), onde os serviços de informações e as forças e serviços de segurança trocam informações..O combate ao terrorismo foi este sábado destacado pelo primeiro-ministro António Costa, durante a cimeira dos sete países do sul da Europa. O chefe de governo propôs uma maior envolvimento das autarquias na deteção dos sinais de radicalização e uma maior atenção à exclusão social. Costa também tinha afirmado, em julho passado, quando recebeu a visita do presidente francês François Hollande, o reforço operacional da UCAT. Passados quase sete meses as suas palavras ainda não foram totalmente cumpridas..O gabinete da secretária-geral do SSI, Helena Fazenda, não respondeu ao DN sobre a falta das ligações seguras - trata-se de uma rede encriptada designada VPN (Virtual Private Network) - iguais às que existe nas polícias e secretas. Fonte próxima que está a acompanhar o processo confirmou a situação, que causou algum embaraço, tendo em conta o tempo que já passou desde a aprovação do regulamento da UCAT (julho de 2016). A VPN estará a ser instalada agora e está previsto que durante o mês de fevereiro esteja a funcionar..Embora a Lei de Segurança Interna tenha determinado, desde 2008, que a UCAT está na dependência da secretária-geral do SSI, esta equipa operacional reúne semanalmente na Polícia Judiciária (PJ). A transferência era esperada desde que foi decidido pelo governo o seu reforço em meios humanos, no âmbito das competências do SSI. Este reforço conta com uma nova "equipa técnica", onde estão igualmente oito representantes das policias e secretas, que também só iniciou funções no passado dia 10 de janeiro no SSI..Quando foi aprovada em Conselho de Ministros, as ministras da Justiça, Francisca Van Dunem, e da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, afirmaram que com novo modelo, a UCAT iria ter uma "equipa em permanência", 24 horas por dia. Mas tal desígnio também não se concretiza, apesar de estarem previstas "reuniões extraordinárias" sempre que "se considere necessário"..A nova equipa, com um horário normal, terá como missão a dinamização e coordenação dos planos previstos na Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo (ENCT), aprovada há dois anos sem que tivesse sido conhecido, até agora, qualquer desenvolvimento. O DN pediu ao SSI um balanço da execução da Estratégia, cuja coordenação é deste gabinete, mas não obteve resposta. Entre os planos previstos estão um para a prevenção da radicalização e do recrutamento para o terrorismo, uma matéria publica e largamente divulgada na União Europeia. O desafio de Costa foi a primeira ideia conhecida, mas sem ter sido antes assumida pelo SSI.