Maioria quer acabar com a mudança da hora na UE
80% dos 4,6 milhões de pessoas que votaram na consulta pública da Comissão Europeia sobre a mudança da hora na UE manifestaram-se a favor do fim da mesma, avançou o jornal alemão Westfalenpost, citado pelo site Politico.eu e pelo El País.
A consulta esteve aberta a votação, entre os dias 4 de julho e 16 e agosto, tendo o site da Comissão destinado para o efeito chegado a ter problemas técnicos. Dos 4,6 milhões que votaram, disseram fontes comunitárias citadas pelo jornal alemão, três milhões são da Alemanha. Atualmente, a UE tem 28 Estados membros e uma população que soma 511,8 milhões de pessoas.
A Comissão, presidida por Jean-Claude Juncker, lançou esta consulta - sem valor vinculativo - a pedido do Parlamento Europeu. Os eurodeputados decidiram lançar o debate sobre o tema da mudança da hora, motivo de forte discussão, por não ser consensual.
Motivos relacionados com a saúde, nomeadamente por causa de alterações no sono, são dos mais apresentados pelos críticos da medida, sobretudo nos países do Norte da Europa como, por exemplo, Finlândia e Lituânia.
A Comissão está agora a discutir os resultados da consulta e, qualquer alteração às regras atuais, necessitaria sempre de consenso com o Parlamento Europeu e com os Estados membros. Estes, como sempre, são quem tem a última palavra.
A mudança da hora foi lançada por motivos de poupança de energia ainda durante a I Guerra Mundial em 1916. Na altura era o carvão. Foram sobretudo problemas relacionados com os esforços de guerra que levaram a Alemanha a avançar. Portugal incorporou desde logo a mudança, que se espalhou por toda a Europa e permitiu agilizar as relações com entre os países.
Até à década de 1990, Portugal saía da hora de verão em setembro, mas desde que houve a harmonização a nível da UE, em 2002, as mudanças são sempre nos últimos domingos de março e de outubro. No primeiro caso os ponteiros do relógio adiantam uma hora. No segundo atrasam.
Na UE existem atualmente três fusos horários diferentes. Há o da Europa Ocidental, no qual se incluem Portugal, Irlanda e Reino Unido. Há o da Europa Central, que se aplica em 17 países, como Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Itália, Luxemburgo, Malta, Holanda, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha e Suécia. E há o da Europa de Leste, onde se incluem oito países, Bulgária, Chipre, Estónia, Finlândia, Grécia, Letónia, Lituânia e Roménia.
Estudos feitos pela Comissão Europeia, citados pelo El País, indicam que a poupança de energia conseguida pela alteração da hora no verão se situa entre 0,5% e 2,5%, ou seja, é residual.