Constâncio admite "falha de supervisão". Mas não do governador

O antigo governador do Banco de Portugal diz que tinha como função dar orientações e não examinar operações.
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Vítor Constâncio admite que pode ter existido "falha de supervisão" na Caixa Geral de Depósitos. Mas, a existir, essa responsabilidade foi dos serviços do Banco de Portugal e não do antigo governador, defende o antigo responsável máximo do supervisor. Liderou a instituição entre 200º e 2010.

A deputada do CDS, Cecília Meireles, confrontou o antigo banqueiro central que em 133 das 186 operações analisadas na auditoria da EY não houve evidência da atualização do rating do mutuário, uma recomendação que era dada pelo próprio supervisor. Vítor Constâncio não sabe se esse problema estava a ser reportado ao Banco de Portugal.

"Não podia conhecer se isso estava ou não a ser reportado. Era eu que iria examinar essas operações de todos os bancos?", disse o antigo governador. Esclareceu que "as orientações que dava, e as indicadas pelo vice-governador responsável, era para que isso fosse feito". Mas Constâncio admite que não "tem informação sobre o que os inspetores do Banco [de Portugal] fizeram". Confrontado se não deveria ter tentado saber, o ex-banqueiro central replicou: "Tive o meu tempo ocupado".

Vítor Constâncio admitiu que se os inspetores "não descobriram o que deviam ter descoberto foi uma falha". Antes, tinha também indicado a questões da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que se a Caixa não reconheceu perdas com ações dadas como garantia, caso dos títulos do BCP, para mascarar rácios de capital, isso seria grave.

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