Confusão entre polícias e feirantes resulta num detido e num ferido
Dezenas de feirantes participaram esta sexta-feira numa manifestação, convocada pela Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa, onde tentaram furar o cordão policial, o que resultou num ferido e num detido, disse a PSP.
"Várias pessoas tentaram furar o cordão policial para entrar no Ministério e foram impedidas", avançou à Lusa o porta-voz da Polícia de Segurança Pública (PSP), Nuno Carocha, adiantando que a manifestação dos feirantes foi comunicada previamente pela associação APIC.
Do confronto entre os feirantes e a polícia resultou "um detido", revelou a PSP.
Segundo o porta-voz da PSP, durante o protesto junto ao Ministério das Finanças, "houve uns empurrões", o que resultou ainda numa pessoa ferida, com "um pequeno corte na cabeça que resultou da queda" no chão, que foi transportada para o hospital de São José, em Lisboa.
Pelas 18:15, os manifestantes encontravam-se "em trânsito", em direção ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, na Praça de Londres, em Lisboa, para continuar o protesto.
Sem precisar o número de manifestantes, a PSP adiantou que o protesto conta com a participação de "algumas dezenas" de pessoas.
A Lusa tentou contactar com o presidente da associação APIC, Luís Fernandes, mas sem sucesso.
Em 06 de maio, os representantes da recém-criada APIC saíram "indignados" de uma reunião com o Governo, reclamando apoios à sustentabilidade dos negócios e a possibilidade de suspensão do pagamento de alguns impostos, uma vez que estão impedidos de trabalhar por causa da pandemia de covid-19.
"A reunião correu muito mal. O Governo não tem nenhum plano para nos auxiliar. Estamos profundamente revoltados", afirmou à agência Lusa o presidente da APIC, após uma reunião com secretário de Estado do Comércio, João Torres.
Luís Fernandes referiu que a APIC defendeu junto da tutela apoios aos empresários, que podiam passar pela criação de "protocolos sanitários" para poderem trabalhar e uma isenção de alguns impostos, como é o caso do IUC (Imposto Único de Circulação), e seguros de camiões e material.
"Em último caso, se não nos deixarem trabalhar, que nos apoiem para que possamos ficar em casa", afirmou.
Devido ao surto da covid-19, os negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas, ficaram comprometidos.
"Estamos muito indignados e desesperados e não iremos desarmar enquanto não tivermos uma resposta satisfatória", ressalvou.
Em 15 de março, o Governo anunciou que as feiras e os mercados de venda de produtos, excluindo as de diversão, podem reiniciar a sua atividade a partir de 18 de maio, "devendo para tal existir um plano de contingência".
A Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC) disse esta sexta-feira que "não houve nenhuma tentativa de entrar" no Ministério das Finanças, em Lisboa, acusando a polícia pelos confrontos e o Governo por não apoiar empresários de festas, feiras e romarias.
"Não houve confrontos, houve polícias que não gostaram que eu os mandasse identificar porque não tinham identificação, e tentaram-me agredir", afirmou o presidente da recém-criada associação APIC, Luís Fernandes, rejeitando ainda que os manifestantes tenham tentado entrar no Ministério das Finanças.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Polícia de Segurança Pública (PSP), Nuno Carocha, disse que "várias pessoas tentaram furar o cordão policial para entrar no Ministério e foram impedidas", avançando que há registo de "um detido".
Durante o protesto junto ao Ministério das Finanças, "houve uns empurrões", o que resultou ainda numa pessoa ferida, com "um pequeno corte na cabeça que resultou da queda" no chão, que foi transportada para o hospital de São José, em Lisboa, referiu o porta-voz da PSP.
"Não houve nenhuma tentativa de entrar no Ministério, as forças policiais poderão distorcer a verdade, houve uma tentativa de ir para a sombra", declarou o presidente da APIC, explicando que estava "muito calor" no momento da manifestação, que contou com a presença de "80 a 100 empresários" de festas, feiras e romarias.
Luís Fernandes afirmou que pediu a identificação dos polícias que estavam a acompanhar o protesto e, em resposta, tentaram agredi-lo: "correram atrás de mim para me bater".
"Vamos continuar as nossas manifestações civilizadas, como sempre foram. Volto a dizer: não houve confrontos, houve polícias que não gostaram que eu os mandasse identificar, porque não tinham identificação e tentaram-me agredir", expôs o presidente da APIC, acrescentando que a situação vai ser apurada pela Procuradoria-Geral da República, na sequência do auto apresentado.
Após manifestações nos dias 06, 07 e 08 de maio, os empresários de festas, feiras e romarias decidiram voltar a protestar para exigir apoios sociais, porque "estão angustiados e sem comer" e não tem como pagar os impostos e a contribuição da Segurança Social, criticando a "má distribuição do dinheiro" anunciado pelo Governo para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19.
"É lamentável voltarmos para manifestações, porque não respondem a requerimentos e deixaram expirar o prazo de 10 dias", frisou Luís Fernandes.
Além da falta de resposta, a associação APIC acusou o Governo de mentir, nomeadamente a ministra da Cultura que "mentiu aos portugueses quando disse que ia haver festas, feiras e romarias", porque todas essas iniciativas estão canceladas, "os presidentes de câmara cancelaram tudo".
"O Governo está a ser negligente e o Governo é o culpado disto", reforçou o representante de "cerca de uma centena de empresários" de festas, feiras e romarias que integram a APIC, associada criada em 05 de maio deste ano, no âmbito da pandemia da covid-19.
Devido à falta de apoios a estes empresários, "o Governo responderá, criminalmente, com as competências que tem, no Tribunal Europeu", adiantou o presidente da APIC.
Sobre o anúncio de lançamento de uma linha de financiamento de 30 milhões de euros para ser usada pelos municípios na programação cultural, Luís Fernandes manifestou que "a certeza de que nem um cêntimo é para a atividade" dos empresários de festas, feiras e romarias.
A 6 de maio, os representantes da recém-criada APIC saíram "indignados" de uma reunião com o Governo, reclamando apoios à sustentabilidade dos negócios e a possibilidade de suspensão do pagamento de alguns impostos.
Devido ao surto da covid-19, os negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas, ficaram comprometidos.