Confrontos entre salafistas e polícia causam 15 feridos
Impedido de realizar o congresso em Kairouan (a 150 quilómetros de Tunes) por um forte dispositivo de segurança, o movimento Ansar Ashariaa apelou aos apoiantes para se reunirem em Ettadhamen, um bastião salafista a 15 quilómetros a oeste da capital, onde já tinham ocorrido confrontos menos graves na semana passada.
Segundo a agência France Presse, centenas de salafistas ergueram barricadas, queimaram pneus nas ruas do bairro e atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com disparos de advertência e bombas de gás lacrimogéneo.
Os confrontos estenderam-se também ao bairro vizinho de Intilaka onde pelas 15:00 de Lisboa ainda continuavam.
"Durante os protestos, 11 agentes de segurança ficaram feridos, um deles gravemente, assim como três manifestantes, também um deles gravemente ferido", de acordo com o Ministério do Interior que aponta "mais de 700 (...) extremistas islâmicos equipados com misturas incendiárias, projéteis e armas afiadas".
O Ministério não avançou pormenores sobre os ferimentos ou o número de manifestantes detidos.
A calma regressou a Kairouan cerca das 15:00 de Lisboa, estando a zona da Mesquita, onde o Congresso deveria ter sido realizado, praticamente deserta.
A Tunísia tem vivido vários momentos de violência depois da revolução de 2011, orquestrada pelo movimento salafista.
O país também está desestabilizado por uma profunda crise política e por conflitos sociais devido à situação de pobreza.
O partido islâmico Ennahda, no poder, tem sido acusado de negligência por tolerar fações salafistas ligadas ao movimento 'jihad'.
No entanto, o governo tunisino endureceu significativamente a sua posição depois de dezesseis soldados e polícias terem sido feridos no final de abril e início de maio devido a minas colocadas pelos grupos armados ligados à 'Al-Qaeda'.