"Confiança" que nasceu no Sporting deu origem aos assaltos

Paulo Pereira Cristóvão está em prisão domiciliária com pulseira desde Junho. Carlos Alexandre confirmou que o ex-inspetor da PJ é o mentor de uma associação criminosa
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Foi da amizade "de longa data" e a "confiança recíproca" entre Paulo Pereira Cristovão e Nuno Vieira Mendes - mais conhecido por "Mustafá" - que nasceu o plano de "escolher de pessoas e residências que deveriam ser assaltadas pelo grupo". Paulo Pereira Cristóvão, 54 anos, ex-líder da Polícia Judiciária e ex-dirigente do Sporting vai mesmo a julgamento, depois do juiz de instrução criminal Carlos Alexandre ter confirmado a acusação do Ministério Público. Segundo o despacho de pronúncia, a que o DN teve acesso, foi precisamente nos tempos do Sporting Clube de Portugal (SCP) que Paulo Pereira Cristovão combinava com Nuno Vieira Mendes - líder da claque leonina Juve Leo - quais as casas a assaltar e em que momentos.

Em causa estão suspeitas de associação criminosa, roubo, roubo qualificado, sequestro, posse de arma proibida, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documento relativamente a 18 arguidos - entre eles o ex-dirigente do Sporting, o líder da Juve Leo e mais 16 arguidos, três deles agentes da PSP. O esquema constava em usar mandados de busca falsos para convencer as vítimas a entrarem nas suas casas.

"Os arguidos, pelos menos desde o início de 2013 associaram-se entre si e passaram a dedicar-se, de forma organizada e continuada no tempo, ao planeamento e execução de assalto a terceiros, nomeadamente em relação a comerciantes, pessoas que indiciava que pudessem ter na sua posse grandes quantidades de dinheiro ou bens de grande valor", confirmou Carlos Alexandre no despacho assinado a 16 de novembro deste ano. O arguido Paulo Pereira Cristóvão surgia no topo da cadeia de comando - juntamente com o arguido Mustafá e Celso Cota - cabendo-lhes as tarefas de recolha de informação e decisão sobre a identificação de pessoas e locais a assaltar pelo grupo", explica o despacho do Tribunal Central de Instrução Criminal (conhecido por Ticão).

O DN sabe que a data para a primeira sessão de julgamento está não está marcada.

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