O acordo que salvava a paz, em setembro de 1938, fez a primeira página do Diário de Notícias no dia 30 daquele mês. "A Conferência dos quatro estadistas em Munich chegou a acôrdo sobre as condições de cessão do territorio sudeta à Alemanha", lia-se em grande destaque..Os quatro estadistas a que se referia o DN eram Adolf Hitler (Alemanha), Benito Mussolini (Itália), Arthur Chamberlain (Grã-Bretanha) e Édouard Daladier (França), que cozinharam a solução territorial que, pensavam então, iria acalmar as pretensões expansionistas de Hitler.."Mussolini apoiou as reclamações húngaras e polacas, ao passo que Chamberlain e Daladier procuraram obter do Fhürer a garantia das novas fronteiras da Checoslováquia", explicava o Diário de Notícias..O objetivo da conferência era a discussão do futuro da Checoslováquia e terminou com a concessão perante a Alemanha Nazi de Adolf Hitler, num episódio de "política de apaziguamento" para tentar evitar um conflito armado que iria revelar-se falhado poucos meses depois..O acordo dava à Alemanha a região dos Sudetos (Sudetenland), a partir de 10 de outubro, na Checoslováquia (onde desde o fim da I Guerra vivia uma maioria de população de etnia alemã), contra a promessa de Hitler de que esta seria a última reivindicação territorial da Alemanha..Meio ano depois, a 10 de março de 1939, as tropas alemãs de Hitler invadiram Praga, a capital da Checoslováquia, rasgando o acordo de Munique, na antecâmara do eclodir da II Guerra Mundial (em setembro de 1939)