Comunistas russos assinalam 150.º aniversário do nascimento de Lenine em plena pandemia
Devido ao confinamento imposto para conter a propagação do novo coronavírus, foram anulados os tradicionais desfiles anuais promovidos pelo Partido Comunista para celebrar o aniversário do líder da Revolução de outubro de 1917 e fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Nesta evocação, mais modesta, apenas algumas dezenas de militantes compareceram no mausoléu junto ao Kremlin, onde permanece embalsamado o corpo de Lenine, e numa Praça Vermelha quase vazia.
Com máscaras de proteção, lenços vermelhos e a maioria respeitando a distância de segurança, os presentes depositaram flores junto do mausoléu, referiu a agência noticiosa AFP.
"Decidimos respeitar todas as medidas de segurança. A maioria dos participantes usava máscara e mantinha-se à distância. Estiveram presentes a direção do partido, deputados e responsáveis das organizações moscovita e regionais", disse à agência noticiosa TASS o deputado eleito, Iuri Afonine.
Devido à pandemia de covid-19 e às medidas de confinamento em vigor na capital russa, o partido decidiu adiar para outono as principais celebrações.
Os 'media' também assinalaram o nascimento do fundador da extinta União Soviética, com o jornal Komsomolskaïa Pravda a publicar uma "entrevista" imaginária de Lenine sobre questões atuais, baseando-se nos seus escritos e relatórios.
Mantido no seu mausoléu 30 anos após o fim da URSS, o destino do corpo mumificado de Lenine permanece uma questão controversa na Rússia.
Em dezembro, o Presidente Vladimir Putin considerou que não se deveria retirar o corpo do dirigente bolchevique, que morreu em 1924, "enquanto a vida e o destino de muitas pessoas lhe permanecerem ligadas (...) e ligadas aos sucessos do passado, aos anos soviéticos".