Comunidade internacional condena teste nuclear da Coreia do Norte

França diz que teste é "inaceitável", Reino Unido considera-o uma "provocação". A Human Rights Watch também já reagiu
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O chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond, descreveu hoje o teste nuclear da Coreia do Norte como uma "provocação" e uma "grave" violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na sua conta de Twitter, Hammond escreveu: "Se os relatos de um teste de bomba-H da Coreia do Norte foram verdade, é uma grave violação das resoluções do UNSC [Conselho de Segurança das Nações Unidas] e uma provocação que condeno sem reservas".

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A Coreia do Norte afirmou ter testado hoje, pela primeira vez, uma bomba de hidrogénio, uma reivindicação que ainda não foi confirmada, mas já recebeu a condenação de diversos países, incluindo Estados Unidos, China, Coreia do Sul, França e Japão.

A França condenou o teste nuclear da Coreia do Norte considerando-o uma "violação inaceitável" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apelou a uma "reação forte da comunidade internacional".

"Enquanto espera a confirmação das características do teste nuclear anunciado e observado (...) na Coreia do Norte, a França condena esta violação inaceitável das resoluções do Conselho de Segurança [da ONU] e apela a uma reação forte da comunidade internacional", afirmou a presidência francesa em comunicado.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul prometeram, por outro lado, uma resposta adequada ao que consideram uma "provocação" do regime de Kim Jing-un. "Apesar de ainda não podermos confirmar estas reivindicações, condenamos qualquer violação às resoluções do UNSC [Conselho de Segurança das Nações Unidas] e voltamos a pedir à Coreia do Norte para que cumpra as suas obrigações e compromissos internacionais", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca Ned Price.

Os Estados Unidos, afirmou, vão "responder adequadamente a qualquer provocação norte-coreana".

De igual modo, a Coreia do Sul prometeu tomar "todas as medidas necessárias" para penalizar o país vizinho.

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"Condenamos veementemente o quarto teste nuclear da Coreia do Norte, uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, apesar dos nossos repetidos avisos e da comunidade internacional", afirmou um comunicado do Governo, lido na televisão pelo vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança.

A Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, convocou uma reunião de emergência do conselho assim que o teste foi anunciado.

"Vamos tomar todas as medidas necessárias, incluindo sanções adicionais pelo Conselho de Segurança da ONU (...), para que a Coreia do Norte pague o preço do seu teste nuclear", indica o comunicado.

A Human Rights Watch também já reagiu, considerando que a prenda mais adequada para Kim Jong-un, que se acredita celebrar o seu aniversário, no dia 08, seria uma visita ao tribunal internacional de Haia.

"Kim Jong-un pode achar apropriado celebrar o seu aniversário com um teste nuclear, mas nem uma bomba de hidrogénio é suficiente para fazer esquecer que a ditadura hereditária da família Kim está assente na sistemática brutalização e abuso do povo norte-coreano", afirmou em comunicado Phil Robertson, vice-diretor para a Ásia da Human Rights Watch.

"O único presente de aniversário que Kim Jong-un devia receber da comunidade internacional é um bilhete só de ida para o Tribunal Criminal Internacional de Haia, onde devia ser julgado por crimes contra a humanidade", indica a organização de defesa dos direitos humanos.

No Japão, a polícia intensificou o dispositivo de segurança na associação "Chongryon", de residentes coreanos, ligada ao regime de Kim Jong-un, localizada no centro de Tóquio.

A "Chongryon" é uma associação de coreanos 'zainichi', cujos antepassados chegaram ao Japão na era do domínio colonial japonês sobre a península coreana (1910-1945), e que mantém laços diretos com o Governo de Pyongyang, sendo considerada a embaixada 'de facto' do país comunista no arquipélago.

A China, o principal aliado da Coreia do Norte, disse hoje que se "opõe firmemente" ao teste nuclear de Pyongyang, acrescentando que o ensaio foi realizado "apesar da oposição da comunidade internacional".

"Instamos fortemente a DPRK [Coreia do Norte] a respeitar o seu compromisso de desnuclearização, e a suspender qualquer ação que possa tornar a situação ainda pior", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Em comunicado, também a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já condenou o teste nuclear de Pyongyang. "Se confirmada, esta ação representa uma grave violação das obrigações internacionais da Coreia do Norte, de não produzir ou testar armas nucleares, conforme determinado pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e uma ameaça à paz e segurança da inteira região do nordeste asiático".

Uma reação semelhante foi divulgada pelo ministério russo dos Negócios Estrangeiros, que lamentou o potencial agravamento das tensões na península coreana.

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