Companhia das Ilhas publica obra completa de Vitorino Nemésio
Editora sedeada no Pico, a Companhia das Ilhas tem cinco anos. Como tem sido o caminho?
Editámos os primeiros seis títulos em maio de 2012. Em dezembro deste ano teremos 123 títulos. Eu sou pessimista por natureza...
Ninguém diria, a criar uma editora na ilha do Pico...
Pois... Se eu me colocar do outro lado, acho que tem corrido às mil maravilhas, se virmos todo o processo, o esforço para fazer isto às vezes é descoroçoante, só somos dois... Olhando para os livros que saem e a aceitação das pessoas que leem, é bastante boa. Acho que criámos uma identidade própria, as pessoas percebem o que nós fazemos, querem publicar connosco...
Qual a importância do festival Outono Vivo, na Praia da Vitória?
Esta feira acaba por ser a única a sério que existe nos Açores. Não há nenhuma com esta dimensão e esta tem uma coisa, sobretudo este ano, que não foi dominada pela Porto Editora nem pela Leya, coisa que é raríssimo acontecer.
Que projetos têm para o futuro?
Temos um acordo estabelecido com a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) para publicar, em parceria, a obra completa do Vitorino Nemésio, natural aqui da Praia [da Vitória]. É um projeto para cinco anos e em parceria exclusiva. Quem vai dirigir cientificamente será o Luís Fagundes Duarte. São 30 obras, 15 volumes. Cada ano publicam-se originais de diferentes géneros - crónica, ensaio, ficção e poesia - para um leitor que nunca teve contacto com a obra de Nemésio conhecer a pluralidade de escrita. Não é uma edição crítica, é uma edição para o grande público.
Quando começa a ser publicado?
Se a INCM trabalhar ao nosso ritmo, será em abril/maio. Para o ano é de certeza.