Comissão recebe documento durante discussão do relatório
A situação acabou por confirmar uma das críticas da oposição contra a decisão da maioria em encerrar os trabalhos da comissão de inquérito sem ter recebido todos os documentos pedidos, sem realizar novas audições ou sem poder confrontar Durão Barroso e Paulo Portas com dados novos que contradisseram os respetivos depoimentos.
Jorge Machado (PCP) questionou mesmo a deputada relatora, Mónica Ferro (PSD), sobre se iria incluir o novo documento no relatório final que disse, a exemplo de José Magalhães (PS) e João Semedo (BE), estar a ser discutido e aprovado no tempo recorde de um só dia.
António Prôa (PSD) e Filipe Lobo d'Ávila (CDS) elogiaram o relatório preliminar de Mónica Ferro, que aceitou incluir várias das propostas de alteração apresentadas pelo PS, e rejeitaram as críticas de que ficaram perguntas por fazer.
João Semedo acusou Mónica Ferro de fazer "um relatório de conveniência" e com conclusões "tendenciosas, parciais e mesmo mentirosas", revelando ainda que "a pressa [da relatora] foi tanta que nem à comissão apresentou o relatótrio".
Acresce que "mesmo o único consenso a que a comissão podia formular não aparece sequer nas conclusões: as contrapartidas foram um pântano, um embuste, uma falácia", adiantou João Semedo na sua declaração de voto.