Comissão Europeia quer investigação aprofundada
A Comissão Europeia pediu hoje uma investigação aprofundada sobre o potencial impacto na saúde dos implantes mamários adulterados, fabricados pela empresa francesa PIP e que foram colocados em milhares de mulheres na Europa.
A posição de Bruxelas surge na sequência de um relatório de um comité científico para a segurança na saúde sobre os implantes fabricados com silicone industrial.
O relatório em causa -- pedido pelo executivo comunitário em janeiro -- salienta que, com base na escassa informação atualmente acessível, expressa "alguma preocupação com a possibilidade de a rutura dos implantes de silicone PIP provocarem uma inflamação".
Os dados disponíveis são "insuficientes para que se possam tirar conclusões consistentes sobre os riscos para a saúde das mulheres", salienta o texto.
Os peritos do comité científico realçam que "cada caso deve ser analisado individualmente", pelo que aconselham as mulheres que receberam implantes PIP a contactar o seu cirurgião.
Com base no relatório, Bruxelas decidiu pedir ao comité científico que analise os dados já investigados pelos Estados-membros.
Poderão ser adotadas medidas como a realização de inspeções surpresa e de testes adicionais a amostras de produtos já existentes no mercado.
O caso dos implantes defeituosos surgiu quando se verificou um número anormalmente elevado de rompimentos de produtos de marca PIP e levou à sua retirada do mercado em 2010.
A Comissão Europeia estima que, com base na informação disponível, cerca de 400.000 implantes PIP foram vendidos em todo o mundo.
Reino Unido, França, Espanha e Alemanha foram os Estados-membros onde os PIP foram mais utilizados, envolvendo, respetivamente cerca de 40.000, 30.000, 10.000 e 7.500 mulheres.
Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) registou até ao momento incidentes com nove próteses PIP em seis mulheres, três dos quais já este ano.
De acordo com o Infarmed, os incidentes, e respetiva remoção das próteses (explantações), registaram-se em 2004 (um), 2006 (um), 2011 (quatro) e 2012 (três).