Comboios em reparação. Mãos curtas para as encomendas

Deputados do PCP visitaram oficinas de manutenção e reparação de comboios. "As entradas de trabalhadores não cobrem as saídas"
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À entrada da secção de eletrónica de rotáveis, nas oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, no Entroncamento, alinham-se várias pastas com pequenas imagens de locomotivas e carruagens. Ali estão a CPA 4000, que todos reconhecem como o Alfa Pendular, ou a Locomotiva 4700, mas também a UQE 2300, que circula na linha de Sintra, ou a UTE 2240, automotoras elétricas. Um mar de nomes em código que pouco dizem às pessoas mas que nas últimas semanas saltaram para as páginas de jornais.

É ali que se faz a manutenção e reparação do material circulante da CP e não há fenómeno algum do Entroncamento que ajude no imediato a empresa no imediato, apesar dos 102 trabalhadores contratados nas últimas semanas e dos precários que estão a ser integrados na empresa ao abrigo do Prevpap.

A visita que deputados do PCP, com o seu líder parlamentar, João Oliveira, à cabeça, fizeram à empresa esta segunda-feira à tarde colocou os comunistas nos carris certos da crítica ao meio caminho feito pelo Governo: já muito se fez, falta fazer ainda mais, muito mais, antecipou João Oliveira.

"Para além dos 102 contratados e da vinculação de trabalhadores precários", reiterou o líder da bancada do PCP, falando aos jornalistas no final da visita, é preciso intensificar a "contratação de mais trabalhadores" e "manter o know-how de trabalhadores".

"É uma área que não podemos estar parados, todos temos que estudar", tinha explicado um pouco antes o responsável da secção de eletrónica, Flávio Soares. Mas faltam mãos e conhecimento para responder às necessidades. "Não conseguimos dar resposta para o equipamento" que vai chegando às oficinas para reparação, notou Flávio Soares. "As entradas de trabalhadores não cobrem as saídas" e é preciso tento para formar quem entra - e quem sai, já não está lá para ensinar.

Por isto, João Oliveira sublinhou que importa "um planeamento estratégico" para empresa, com salários condignos para operários qualificados, e reivindicando de caminho que a empresa volte a ser integrada na CP, "de onde nunca devia ter saído".

"A reparação e a manutenção não podem ser o parente pobre" do setor ferroviário, insistiu o presidente do grupo parlamentar do PCP, numa visita em que foi acompanhado do deputado Bruno Dias. "A EMEF não existe sem a CP, como a CP não existe sem a EMEF", insistiu João Oliveira. E a salvaguarda deste setor "ultrapassa muito os limites do Orçamento do Estado". "É uma questão essencial para o desenvolvimento do nosso país", falou, em dia de greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP.

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