CMVM suspende negociação das ações do BPI em dia de Assembleia Geral
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou hoje a suspensão da negociação das ações do BPI até à divulgação de informação relevante sobre o banco, que hoje reúne-se em Assembleia-Geral.
Em comunicado, a CMVM informou que o Conselho de Administração da Comissão deliberou a suspensão da negociação das ações do BPI, S. A., até à divulgação de informação relevante sobre o emitente.
Esta suspensão acontece no dia em que os acionistas do BPI voltam a reunir-se em assembleia-geral para discutir o fim da limitação de votos, quando decorre uma batalha judicial e notícias indicam que a OPA do Caixabank poderá não avançar.
A reunião magna está marcada para as 10:00 (hora de Lisboa), na Fundação de Serralves, no Porto, depois de a anterior reunião, de 22 de julho, ter sido suspensa por 45 dias.
Esta reunião foi suspensa após ter sido conhecido que o tribunal aceitou a providência cautelar do acionista Violas Ferreira Financial no sentido de não poder ser votada a proposta de alteração de estatutos apresentada pelo Conselho de Administração do banco.
A questão da desblindagem de estatutos tornou-se um assunto maior no BPI devido à 'guerra' que opõe os principais acionistas, o espanhol Caixabank e a angolana Santoro, de Isabel dos Santos, que não se entendem quer na redução da exposição do banco a Angola (por causa das regras do Banco Central Europeu), quer numa estratégia para o BPI.
É que apesar de os espanhóis terem 45% do BPI apenas podem votar com 20%, pelo que na prática estão em situação de paridade com a angolana Santoro, com 18,6%, uma participação que se associa aos 2,28% do Banco BIC, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como acionista de referência.
As ações do BPI fecharam segunda-feira a cair 3,04% para 1,09 euros.