Um grupo de especialistas da academia transmontana, em Vila Real, desenvolveu um porta-enxerto, o "ColUTAD", que foi recentemente testado com a colaboração de dezenas de agricultores e que, segundo a universidade, se confirmou ser "resistente à doença". ."A UTAD encontrou assim o antídoto contra a doença para ser usado nas novas plantações de castanheiros, e, tal como uma pessoa vacinada contra uma doença lhe fica imune, assim acontece com os soutos que recebem estes porta-enxertos", afirmou hoje, em comunicado, José Gomes Laranjo, investigador e docente do departamento de biologia e ambiente. .Segundo explicou, o clone é um castanheiro híbrido resultante do cruzamento entre o castanheiro europeu "Castanea sativa" e o japonês "Castanea crenata". .Depois de plantados, acrescentou, funcionam como "barreira à progressão da doença" e mesmo que a plantação "seja feita em terrenos já invadidos por ela, está provado que o novo castanheiro não morre"..O clone vai ser colocado, agora, nos circuitos comerciais. Para o efeito, na sexta-feira vai ser assinado um protocolo de transferência da gestão dos direitos comerciais para a Serviruri - Prestação de Serviços Técnicos agrícolas, uma empresa do setor viveirista que tratará da sua multiplicação e comercialização. .Por cada planta vendida, a UTAD irá receber uma percentagem financeira, que irá reverter para o aprofundamento do estudo do "ColUTAD" e obtenção de mais porta-enxertos resistentes..A doença da tinta foi responsável pela destruição, nos últimos vinte anos, de "perto de um milhão de castanheiros" em Portugal. Esta doença é causada por um fungo que ataca as raízes e acaba por levar à morte da árvore..As alterações climáticas, que têm provocado cada vez mais no período de verão um excesso de calor e secura das terras, foram determinantes para o agravamento dos efeitos da doença, afetando cerca de oito mil hectares de soutos. .O clone, que vai ser comercializado, resultou de investigações desenvolvidas ao longo de várias décadas..Na base do trabalho está, segundo a academia transmontana, o contributo do investigador Columbano Taveira Fernandes nos anos 50 do século passado, e, nos anos 80, de investigadores da UTAD, como o antigo vice-reitor António Lopes Gomes, Carlos Abreu, Luís Torres de Castro e Alberto Santos..PLI