Ciro Gomes pede cadeia após Bolsonaro celebrar suspensão de vacina
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o [governador de São Paulo João] Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha...".
A reação de Jair Bolsonaro à notícia de que a Anvisa, a agência brasileira de vigilância sanitária, interrompera os testes à Coronavac, uma vacina chinesa que o governo de São Paulo decidiu testar num dos seus institutos, o Instituto Butantã, à revelia da opinião do governo, por causa da morte de um voluntário.
O voluntário, de 33 anos, suicidou-se, no dia 29 de outubro, de acordo com a certidão de óbito.
Membros da oposição, como Ciro Gomes, reagiram energicamente em seguida. "Cadeia é muito pouco para canalhas que fazem 'politicagem' com vacina, a única saída para pôr um ponto final na maior crise de saúde pública e socio-económica da história", escreveu o candidato presidencial em 2018.
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Flávio Dino, governador do Maranhão e considerado "presidenciável" em 2022, também interveio: "163.000 mortos no Brasil. E Bolsonaro fala que "ganhou"? Qual a vitória? O atraso de uma possível vacina? Bolsonaro continua a ser o maior aliado do coronavírus no nosso país".
Para o PSDB, partido de João Dória, "o presidente Bolsonaro comemorou a morte de um voluntário da Coronavac. Que segundo consta faleceu por razões que não tinham a ver com a vacina, de acordo com o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas".
"A atitude do presidente é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros. Cada vez mais ele parece estar do lado do vírus", concluiu o comunicado do partido.
Ao longo da tarde, os diretores da Anvisa disseram que suspenderam os testes antes de saber a causa de morte do voluntário.