Cimeira europeia retomada. Primeiro-ministro finlandês acredita em acordo
Os responsáveis dos 28 governos voltam esta terça-feira a reunir-se para tentar chegar a acordo sobre o modelo de distribuição para os cargos de topo. A reunião decorria desde domingo, mas foi suspensa pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk ao final de 18 horas. Mas há quem esteja confiante de que ainda esta terça-feira se chegará a uma conclusão. Em entrevista à Reuters, o primeiro-ministro finlandês, Antti Rinne, disse que uma série de reuniões na terde de segunda-feira entre os líderes da União Europeia deve ser suficiente para abrir um acordo.
Já o presidente francês mostra-se mais cético. À saída da reunião de líderes, esta segunda-feira, Emmanuel Macron disse que a decisão do presidente do Conselho Europeu representa um "fracasso" e mostra que os chefes europeus não estão capazes de alcançar um compromisso.
"Penso que é uma péssima imagem que damos, ao mesmo tempo que o Conselho e a União Europeia. Ninguém pode estar satisfeito com o que se passou durante tantas horas. Penso que este desfecho levanta problemas extremamente profundos. Este fracasso resulta, por um lado, de uma divisão política no seio do Partido Popular Europeu, com alguns líderes a discordarem do que foi previamente acordado, e, por outro, das divisões geográficas no Conselho", lamentou.
Em discussão está o modelo que garante a liderança do Socialista Frans Timmermans na Comissão Europeia. Este cenário deixaria livre a presidência do Conselho para o Partido Popular Europeu, para a búlgara e a antiga vice-presidente da Comissão Kristalina Georgieva. Atualmente, ocupa o cargo de diretora do Banco Mundial. Foi concorrente do português António Guterres na liderança das nações unidas.
A manter-se a atual distribuição, a Alta Representação da União Europeia para a Política Externa seria entregue ao liberal belga, e atual chefe do governo de gestão, Charles Michel. Tal abriria a possibilidade de a presidência do conselho europeu ser entregue, já na quarta-feira, ao conservador alemão Manfred Weber.