A China suspendeu esta sexta-feira o diálogo com os Estados Unidos em áreas como alterações climáticas, questões militares e no quadro de combate ao tráfico de droga como retaliação à visita da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, a Taiwan..As medidas, anunciadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, são as mais recentes de uma série de sanções prometidas por Pequim e destinadas a punir Washington pela visita que Pelosi realizou terça e quarta-feira a Taiwan, ilha que a China reivindica como parte do país..As primeiras medidas passaram pelos protestos diplomáticos e, desde quinta-feira, com a realização de exercícios navais e aéreos em redor da ilha, em que têm sido disparados mísseis..Segundo a nota da diplomacia chinesa, o diálogo entre os comandantes militares e autoridades associadas ao departamento de defesa foi cancelado, bem como as reuniões sobre segurança marítima militar..A cooperação sobre o regresso de imigrantes ilegais, investigações criminais, crimes transnacionais, alterações climáticas e combate ao tráfico de droga estão suspensas, especificou a Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês..Horas antes, num outro comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China avançou que Pelosi vai ser alvo de sanções, que não foram especificadas, pois não teve consideração pelas preocupações da China e pela oposição absoluta à visita à ilha, tornando-se a mais alta autoridade norte-americana a visitá-la em 25 anos..O Governo chinês já tinha dito que Taiwan, enquanto território chinês, não pode ter os seus próprios compromissos com governos estrangeiros..O ministério chinês referiu-se ainda à visita de Pelosi como "provocatória" e sublinhou que o evento "minou a soberania e a integridade territorial da China"..Por isso, argumentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, foi decidido impor sanções a Pelosi e à sua família imediata, mas não avançou com medidas concretas. Este tipo de sanções é, geralmente, de natureza simbólica..A China anunciou também ter convocado os diplomatas europeus no país para protestar contra declarações emitidas pelo G7 (Grupo dos 7 países mais industrializados) e pela União Europeia (UE) a criticar os exercícios militares chineses ameaçadores perto de Taiwan, o que considera ser "uma interferência devassa nos assuntos internos da China".