Um especialista do Instituto de Estudos Internacionais da China (CIIS), um grupo de analistas ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, considerou hoje que a China poderá juntar-se ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP)..O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira a saída do TPP, que foi sempre visto em Pequim como uma estratégia de Washington para contrariar a ascensão económica e comercial da China.."Se houver novas negociações sobre o TPP, não creio que haja nenhum obstáculo que impeça a China de participar", afirmou Teng Jianqun, diretor do Departamento de Estudos Americanos do CIIS, num encontro com jornalistas em Pequim..O TPP, uma iniciativa impulsionada pelo ex Presidente norte-americano Barack Obama, inclui os EUA, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname e abrange 40% da economia mundial..Segundo Teng, a China gostaria de participar do TPP, já que "é um acordo de comércio regional e a China quer incrementar a cooperação com todos as países".."A postura da China é clara: primeiro, somos abertos, e, segundo, somos inclusivos", afirmou..Tang destacou ainda as vantagens do TPP para todos os países, insistindo que "não há nenhuma razão para que a China não participe"..O Presidente chinês, Xi Jinping, tem defendido o livre comércio e a globalização, face ao protecionismo advogado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas Teng Jianqun rejeitou que a China vá assumir a liderança da economia mundial.."Não queremos assumir nenhuma liderança", afirmou Teng, em contraposição com o diretor do Departamento dos Assuntos Económicos Internacionais do ministérios dos Negócios Exteriores, Zhang Jun, que assegurou que a China está preparada para assumir as rédeas da economia mundial, "caso seja necessário"..Com a chegada de Trump à Casa Branca, Teng prevê que os dois países vão encontrar um mecanismo para gerir as suas diferenças, não descartando que as relações atravessem um período turbulento nos próximos anos.."A cooperação e os conflitos coexistirão", ressalvou, descartando que a Administração Trump envie barcos para bloquear o acesso da China às ilhas disputadas no Mar do Sul da China, no que constituiria uma "declaração de guerra"..Segundo o académico chinês, Trump decide com a cabeça, é inteligente e atua como um empresário que procura maximizar os benefícios.."Porém, as relações internacionais não são apenas uma maximização dos benefícios. Também há deveres morais e outros fatores além de tirar vantagens e interesses comerciais", disse.