China acusa EUA de mentirem sobre ciberespionagem

O Exército da China acusou Washington de falsificar provas como fez relativamente às alegadas armas de destruição massiva que justificaram a guerra no Iraque, em 2003, em resposta às acusações de ciberespionagem contra cinco oficiais chineses.
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"As alegadas provas apresentadas [no caso da espionagem] recordam as da Guerra do Iraque, quando os Estados Unidos asseguraram que tinham provas suficientes sobre a existência de armas de destruição massiva as quais estão por encontrar mais de uma década depois", disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Geng Yansheng, em conferência de imprensa.

Os Estados Unidos "têm vantagens únicas ao nível da tecnologia de Internet e infraestruturas", através das quais demonstraram serem capazes e estarem disposto a fabricar provas falsas para justificar as suas ações, disse o porta-voz militar, em declarações citadas pela agência Xinhua.

Geng Yansheng destacou que Washington ainda não deu explicações sobre as suas próprias redes de espionagem a líderes políticos estrangeiros, empresas e indivíduos, apesar de o seu sistema de vigilância Prism ter sido tornado público há um ano, após as revelações por parte do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

"Os Estados Unidos não estão em condições de apontar o dedo aos outros enquanto os seus notórios erros continuarem sem serem corrigidos", frisou, apontando que o Governo chinês prepara novas ações em protesto contra as acusações de espionagem de que são alvo cinco oficiais do Exército.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China já tinha rejeitado as acusações apresentadas pela justiça norte-americana contra cinco oficiais do exército chinês por alegados atos de ciberespionagem, alertando que a ação pode minar as relações entre os dois países.

A acusação, "baseada em factos fabricados, viola grosseiramente as normas básicas que regem as relações internacionais e coloca em risco a cooperação entre a China e os Estados Unidos e a mútua confiança", referiu, na semana passada, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, em comunicado.

Pequim pediu a Washington para "corrigir imediatamente o seu erro e retirar a acusação", acrescentando que a "acusação norte-americana contra responsáveis chineses é puramente infundada e absurda".

A justiça norte-americana acusou cinco oficiais do exército chinês de "pirataria informática" e "espionagem económica".

Os cinco oficiais - Wang Dong, Sun Kailiang, Wen Xinyu, Huang Zhenyu e Gu Chunhui - são acusados de terem roubado, entre 2006 e 2014, informações comerciais confidenciais de empresas norte-americanas especializadas em energia nuclear ou solar e do setor metalúrgico.

Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, as informações confidenciais das companhias norte-americanas terão sido utilizadas para benefício de empresas estatais chinesas.

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