Chegou ao fim um dos maiores ódios da NBA
Magic Johnson e Isiah Thomas, grandes estrelas na NBA dos anos 1980, acabaram na madrugada de ontem com um dos maiores ódios da história do basquetebol norte--americano, ao fazerem as pazes, 26 anos depois, em direto, num programa emitido pela televisão oficial da NBA. Num cenário onde se vislumbravam os sete troféus conquistados por ambos (os cinco de Johnson pelos Lakers e os dois de Thomas pelos Detroit Pistons), os dois ex-jogadores deram um longo abraço e não conseguiram conter as lágrimas em frente às câmaras.
Johnson e Isiah foram grandes amigos durante as épocas em que espalharam magia pelos pavilhões norte-americanos, apesar de jogarem em equipas diferentes. Mas tudo mudou em 1991, quando a estrela dos Lakers anunciou que era portador do vírus da sida. Nas reações de solidariedade que surgiram na sequência deste anúncio houve uma que destoou, quando Thomas pôs em causa a orientação sexual de Johnson. E a partir daqui a relação foi quebrada.
A guerra teve desenvolvimentos anos depois, por altura do lançamento do livro When the Game Was Ours [Quando o Jogo Era Nosso, em tradução livre], da autoria de Magic e Larry Bird, no qual o basquetebolista dos Lakers reconhecia que tinha vetado o nome de Thomas para integrar o célebre Dream Team que se sagrou campeão olímpico nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1982, naquela que ficou conhecida como a melhor equipa da história. Era a machadada final numa relação que por vezes era disfarçada em eventos públicos, quando ambos posavam juntos para as fotografias mas já não se falavam.
Agora, 26 anos depois, a televisão oficial da NBA juntou-os para a reconciliação. E na madrugada de ontem, sentados frente a frente para as câmaras, enterraram de vez o machado de guerra.
Magic Johnson foi quem tomou a iniciativa de pedir desculpas, num discurso que demorou precisamente 58 segundos e foi seguido de um sentido aperto de mão e de um longo abraço de um minuto com lágrimas à mistura.
"Deixa-me dizer-te que este foi um dia fantástico para mim. A minha mulher, o meu pai e a minha mãe diziam-me sempre que tinha de voltar a sentar-me contigo. Assim, quando me ligaram, não tive dúvidas e disse logo "vamos a isto!". Poder sentar-me à tua frente e reviver aqueles momentos de diversão, de excelência, de trabalho duro, de sonhar alto... És meu irmão e deixa-me pedir-te desculpa se te causei algum dano e por não termos estado juntos. Deus foi bondoso por nos reunir outra vez", referiu Magic.
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