"Apesar de já estarmos em período de férias, estamos a contar com uma grande manifestação, tendo em conta os contactos feitos no setor público e no setor privado", disse Deolinda Machado, da comissão executiva da Intersindical, à agência Lusa..A central sindical escolheu esta data para o protesto para mostrar ao Governo e à maioria parlamentar o repúdio dos trabalhadores relativamente às propostas de lei que deverão ser hoje aprovadas na Assembleia da República..A Inter considera que as propostas legislativas do Governo que vão ser hoje votadas "são altamente lesivas para os trabalhadores" e vão contribuir para "o desmantelamento da contratação coletiva"..Uma das propostas prevê o prolongamento do período para a redução do pagamento do trabalho extraordinário, enquanto a outra reduz os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções coletivas de trabalho..Mas a manifestação da CGTP não tem apenas como objetivo o protesto contra as novas alterações ao Código do Trabalho. Pretende ainda reafirmar o repúdio pelas políticas sociais e económicas do Governo e revindicar a demissão do executivo de Passos Coelho.."Nós vamos dizer que não queremos este Governo, esta política e esta legislação e prometemos continuar a luta ao longo do verão", disse Deolinda Machado..A manifestação nacional da Inter é antecedida de duas pré-concentrações, ao início da tarde..Os trabalhadores da Administração Publica central, regional e local concentram-se na rotunda do Marquês de Pombal, de onde vão desfilar até São Bento, liderados pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos..No Cais do Sodré vão concentrar-se os trabalhadores do sector privado e do setor empresarial do Estado, que vão juntar-se aos funcionários públicos junto à Assembleia da República..O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, encerrará a manifestação, em São Bento, com uma intervenção politico-sindical e poderá anunciar uma nova ação de luta para dia 25, data em que deverão ser aprovados novos cortes para função pública.