CGTP ameaça com deslocação de trabalhadores a Lisboa

O secretário-geral da CGTP anunciou hoje uma deslocação "em força" dos trabalhadores da Cerâmica de Valadares até ao ministério da Segurança Social, caso não seja desbloqueado, até sexta-feira, o processo para que possam receber o subsídio de desemprego.
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Em reunião com a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) na passada semana, a comissão dos trabalhadores em "lay-off" da empresa foi informada de que o relatório final sobre possíveis irregularidades por parte da administração seria conhecido na sexta-feira, o que lhes permitiria pedir a suspensão dos contratos e aceder ao subsídio de desemprego.

Desde meados de agosto que os trabalhadores (com salários e subsídios de férias em atraso) mantêm trancas à porta da Cerâmica durante o horário laboral (das 08:00 às 17:00), impedindo a entrada e a saída de viaturas e pessoas.

No final de agosto, a Cerâmica de Valadares começou a pagar aos 200 trabalhadores em "lay-off" as quantias entregues pela Segurança Social relativas a julho, ficando, porém, a faltar os 30 por cento que devem ser assegurados pela própria empresa.

Em plenário hoje com os trabalhadores, o secretário-geral da CGTP assinalou que os trabalhadores estão "perante uma administração que tem atuado permanentemente sob a má-fé e que tem sistematicamente desrespeitado compromissos que livremente assumiu".

Arménio Carlos disse mesmo que "aqui há uma vítima e a vítima são os trabalhadores. E há carrascos: a entidade patronal que não está a cumprir a lei e é o Governo que continua a assobiar para o lado".

Sobre a reunião com a ACT, o líder sindical deixou um aviso: "Se não der uma resposta até sexta-feira e não apresentar o documento adequado para que vocês (trabalhadores) possam suspender os contratos de trabalho para terem direito ao subsídio de desemprego (...), então no início da próxima semana temos que reunir novamente aqui".

"O que propomos é que no início da próxima semana o vosso sindicato e a Comissão de Trabalhadores convoquem um plenário para fazer um ponto de situação e na próxima semana, num dia a ser aprovado, então há uma deslocação organizada dos trabalhadores da Valadares a Lisboa para exigir ao ministro da Segurança Social que responda e que resolva imediatamente este problema", frisou

Arménio Carlos disse ainda que em causa estão também "cumplicidades políticas" entre a administração da empresa "da área política" do ministro da Segurança Social.

"Nós sabemos que eles querem, com este tipo de situações, é que vocês se desgastem porque quanto mais depressa saírem daqui, mais depressa o negócio será feito e o negócio está em marcha", denunciou o sindicalista, acrescentando que "neste momento consta-se que está aí previsto um leilão".

Também José Soeiro, do Bloco de Esquerda, se juntou ao plenário dos trabalhadores e criticou a "atuação negligente do Governo".

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