Mais seis administradores da equipa de António Domingues já apresentaram demissão, depois da saída do presidente, anunciada ontem à noite..A Caixa Geral de Depósitos comunicou hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a renúncia ao cargo do seu presidente, António Domingues, bem como de seis vogais do conselho de administração..Do elenco que compõe o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), além de António Domingues, saem três administradores executivos e outros três não executivos..Segundo a nota enviada pela CGD ao mercado, renunciaram aos cargos os administradores executivos Emídio da Costa Pinheiro, Henrique Noronha Menezes e Paulo Rodrigues da Silva. Saem também os administradores não executivos Pedro Norton de Matos, Angel Corcóstegui Guraya e Herbert Walter..Emídio Pinheiro tutelava as direções de particulares e negócios do Centro, Lisboa, Norte e Sul, tendo ainda a seu cargo várias entidades internacionais: Banco Caixa Geral Angola, Banco Comercial do Atlântico (Cabo Verde), Banco Comercial e de Investimentos (Moçambique), Banco Interatlântico (Cabo Verde), Banco Internacional de São Tomé e Príncipe, Banco Nacional Ultramarino (Macau), Parbanca, Partang, sucursal CGD em Macau, sucursal CGD em Timor e sucursal CGD em Zhuhai (China)..Henrique Noronha Menezes tinha a cargo a direção de contabilidade, consolidação e informação financeira, direção de mercados financeiros, direção de planeamento, orçamento e controlo, direção internacional de negócio e gabinete de 'investor relations' (relações com os investidores)..Acumulava também estes pelouros com três entidades domésticas (Caixa Gestão de Ativos, Caixa Participações e Parcaixa) e com uma série de entidades internacionais: Banco Caixa Geral (Brasil), Banco Caixa Geral (Espanha), CGD Investimentos CVC (Brasil), Mercantile Bank Holding (África do Sul), bem como com seis sucursais no estrangeiro (Madrid, França, Londres, Luxemburgo, Ilhas Caimão e Nova Iorque)..Já Paulo Rodrigues da Silva tutelava o centro de operações, o gabinete de coordenação SEPA e as seguintes direções: comunicação e marca, marketing, organização e qualidade, e sistemas de informação. Acumula estas responsabilidades com a liderança de outras entidades domésticas (Caixanet, CaixaTec, Esegur e Sogrupo)..Entre os membros que tomaram posse no final de agosto, só se mantêm em funções os administradores executivos João Paulo Tudela Martins, Pedro Humberto Monteiro Durão Leitão, Tiago Ravara Belo de Oliveira Marques e o vice-presidente (não executivo) Emílio Rui Vilar..João Tudela Martins é o responsável pela direção de gestão de risco. Pedro Leitão tem a seu cargo as direções de acompanhamento de particulares, acompanhamento de empresas, banca institucional, empresas Norte e Sul, grandes empresas e negócio imobiliário, tendo também tutela sobre a Caixa Imobiliário, a Caixa Leasing e Factoring, a Imocaixa, a Locarent e a Wolfpart..Tiago Ravara Marques é o responsável pelas direções de apoio à Caixa Geral de Aposentações (CGA), de gestão e desenvolvimento de pessoas, bem como pelo gabinete de património histórico. Terá ainda a seu cargo a Sogrupo Compras e Serviços Partilhados e a Sogrupo IV Gestão de Imóveis..António Domingues demitiu-se no domingo de presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), após cinco semanas de polémica em torno da recusa da entrega da declaração de rendimentos, e sob as críticas do PCP e Bloco..A notícia surgiu à hora dos telejornais, às 20:00, através de um comunicado do Ministério das Finanças em que também se anunciava que a renúncia de Domingues só produzirá efeitos no final do mês de dezembro e que "muito brevemente" será anunciado o nome de uma personalidade para a presidência da CGD..À polémica em torno da entrega das declarações de rendimentos pela nova administração da CGD seguiu-se uma nova controvérsia relacionada com a eventualidade de Domingues estar na posse de informação privilegiada sobre a Caixa quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco..As primeiras reações partidárias ao anúncio da demissão surgiram de dois parceiros do PS na maioria parlamentar que suporta o Governo de António Costa, PCP e Bloco de Esquerda, reservando-se a oposição, PSD e CDS, para hoje de manhã..A deputada bloquista Mariana Mortágua considerou que a demissão "já só peca por tardia" porque "quem não reconhece a lei não serve" para o banco público..Na opinião da deputada bloquista, "quem não reconhece a lei não serve para a Caixa Geral de Depósitos", defendendo que "quem se demite por não estar disposto às regras de transparência a que o cargo obriga, nunca esteve à altura de assumir esse cargo"..Já o dirigente comunista Jorge Pires disse desejar que a CGD ajude a economia portuguesa, sem atender aos "falsos argumentos" de CDS-PP e, sobretudo, PSD que "escondem o objetivo da privatização" do banco público.