Centro da Croácia volta a ser sacudido por novos terramotos. Papa pede ajuda
De acordo com o Instituto norte-americano de Geofísica (USGS), dois terramotos de magnitude 4,8 e 4,7 na escala de Richter, atingiram, cerca das 05.15 (hora de Lisboa) a região de Sisak, a sudeste de Zagreb, com alguns minutos de intervalo, mas não foram noticiados os danos causados.
Esta região, e em particular a localidade de Petrinja - a cerca de 50 quilómetros da capital -, ainda estava em choque depois do tremor de terra de magnitude 6,4 registado na terça-feira e sentido em países vizinhos.
Muitos passaram a noite em tendas, carros ou em quartéis militares e, esta quarta-feira de manhã, os jornais croatas anunciavam manchetes como "Terror em Petrinja".
As equipas de resgate trabalharam arduamente durante a madrugada para procurar possíveis sobreviventes nas ruínas dos muitos prédios que desabaram pela violência do terramoto.
Para já, o balanço do sismo principal dá conta de sete mortos, entre os quais uma menina de 13 anos que morreu quando um prédio caiu enquanto caminhava pela rua em Petrinja, segundo a imprensa local.
Além disso, cinco homens morreram na aldeia vizinha de Majske Poljane, perto de Glina, disse a vice-presidente da câmara, Branka Baksic Mitic, e a sétima vítima foi encontrada sob os escombros de uma igreja na aldeia de Zazina.
Segundo o padre local, citado pela agência Hina, a vítima foi o organista, que tinha ido reparar o órgão danificado por um terramoto anterior.
O sismo provocou também cerca de 20 feridos, avançou a polícia croata, referindo que as equipas de resgate vasculharam mais de 80 vilas na região sem encontrar novas vítimas.
Centenas de edifícios, entre casas, prédios administrativos e escolas, ficaram danificados e as áreas de Petrinja e de Sisak ainda estavam sem eletricidade esta quarta-feira de manhã.
O Governo croata deverá reunir-se esta quarta-feira para determinar a assistência a ser dada à região atingida, devendo contar com a presença do responsável pela gestão de crises da União Europeia, Janez Lenarcic.
Bruxelas vai enviar ajuda, como "tendas de inverno, aquecedores elétricos, camas e sacos de dormir, bem como contentores que podem ser usados como abrigos", afirmou Lenarcic numa mensagem divulgada esta quarta-feira no Twitter.
Entretanto, o Papa Francisco pediu esta quarta-feira à comunidade internacional que ajude a "aliviar o sofrimento da população" da Croácia.
"Sinto-me muito próximo dos feridos e afetados pelo terramoto e dedico as minhas orações àqueles que perderam as suas vidas e às suas famílias. Espero que a comunidade internacional possa ajudar a aliviar o sofrimento da população", disse o Papa Francisco, na última audiência geral de 2020.
Jorge Bergoglio presidiu à última audiência geral do ano e destacou a necessidade de agradecer a vida depois de um ano difícil, marcado pela pandemia.
Da biblioteca do palácio apostólico do Vaticano, o Papa Francisco sublinhou que é fundamental agradecer para dar esperança ao mundo e torná-lo um pouco melhor.
"Ao aproximarmo-nos do final deste ano, não o analisamos apenas através do sofrimento, das dificuldades e das limitações causadas pela pandemia", disse, na saudação aos peregrinos.
"Devemos ver o bem recebido todos os dias, bem como a proximidade e benevolência dos homens, o amor dos nossos entes queridos e a bondade de todos aqueles que nos rodeiam", acrescentou.