Centeno dá nega a Sarmento, mas desafia Rio para debate

O Centeno do PS e o "Centeno do PSD" não vão debater os respetivos quadros macroeconómicos para os próximos quatro anos. Socialista diz que só debate com outros candidatos a deputados e deixa o repto a Rui Rio.
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Mário Centeno convocou uma conferência de imprensa para a sede do PS, para a manhã desta segunda-feira, para falar do quadro macro económico previsto no programa eleitoral do... PSD. E o que o candidato socialista e ministro das Finanças tem para dizer sobre isso é que as contas dos sociais-democratas são "materialmente impossíveis", que estão mais de 3900 milhões de euros "por explicar" nas projeções do PSD, que a receita total está sobrevalorizada em 2000 milhões de euros e que a "despesa está subfinanciada em 2750 milhões de euros". Números que podem levar Portugal a novo procedimento por défice excessivo, argumenta Centeno, acusando o PSD de "continuar a fantasiar como se o diabo tivesse chegado".

Mas se Centeno tem muito a dizer sobre o cenário macro económico do PSD, não pretende dizê-lo a Joaquim Sarmento, o economista por detrás das contas dos sociais-democratas. "Em eleições os líderes debatem com os líderes, os candidatos debatem com os candidatos", afirmou o ministro, voltando a rejeitar o desafio lançado por Sarmento (que não é candidato a deputado) para um debate a dois. Centeno apontou noutra direção: "Se houver algum candidato do PSD, em particular o dr. Rui Rio, que queira fazer este debate comigo, não terei dificuldade e em fazê-lo".

Com a campanha a entrar na semana final, o PS tenta repor o debate nas questões económicas, acusando o PSD de ter um programa cheio de "promessas vãs", que "não casam com a evolução da despesa" e que preveem uma variação da receita que é "10% superior" a qualquer previsão feita para a economia portuguesa.

"As análises do PSD estão erradas, não se pode ter uma receita certa quando se parte do diagnóstico errado", diz o candidato socialista, sustentando que, com as contas do PSD, "voltamos à instabilidade da política fiscal, aos cortes à pressa para tentar resolver questões financeiras".

Mas houve uma questão que Centeno deixou sem resposta: vai ficar durante os quatro anos da próxima legislatura?

O ministro das Finanças respondeu ao lado, dizendo que o debate "não deve ser fulanizado" - "Eu sou o oposto da fulanização da política". Outra vez a pergunta, oura vez atirada "para canto": Centeno diz que o Governo - e António Costa - seguramente vão cumprir todas as promessas eleitorais como, garante o próprio, já aconteceu com as promessas eleitorais de 2015.

No último frente-a-frente com Rui Rio também António Costa se escusou a responder diretamente à mesma pergunta não garantindo que o ministro das Finanças se mantenha cargo durante os próximos anos, no cenário de um futuro governo socialista.

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