CDS repete PS na rentrée. Sondagem aponta para geringonça na Madeira
A Madeira é o palco escolhido pelo CDS para a sua rentrée e - à imagem e semelhança do PS, que também optou pela região para o regresso à política depois das férias -, o dia escolhido será o 31 de agosto.
As eleições regionais na Madeira, que se realizam em 22 de setembro, condicionam este ano as opções dos partidos, mais ainda quando se aponta para a possibilidade de os sociais-democratas falharem a maioria absoluta.
Nesse dia 31 de agosto, o PSD nacional estará longe, a 920 quilómetros, em Monchique, na serra algarvia, para a sua Festa do Pontal, mas os sociais-democratas não esquecem a Madeira: este domingo será Rui Rio a participar na tradicional festa do PSD madeirense do Chão da Lagoa, ao lado do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que procura a reeleição.
O resultado das regionais está, neste momento, a avaliar pelas sondagens, em aberto: segundo o último estudo da Eurosondagem, encomendado pelo DN da Madeira e TSF-Madeira, os sociais-democratas conquistam 33,3% do eleitorado, traduzindo-se em 18 a 19 mandatos, e os socialistas obtêm 31,9% e 17 a 18 mandatos.
É uma situação de empate técnico. Daí o empenho do PS, já manifestado ao DN pela secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes, ao justificar a escolha do Funchal por o PS valorizar "as eleições na Madeira" e pretender "dar toda a força ao PS Madeira".
Uma possibilidade no horizonte é uma geringonça à esquerda, que a referida sondagem aponta como provável: PS, BE e PCP somados podem fazer maioria absoluta, em votos e mandatos. O jornal regional fez desta hipótese manchete na sua edição de ontem: "Geringonça vencedora".
A incógnita será o entendimento à esquerda, que os comunistas recusaram, por exemplo, para a Câmara do Funchal, ganha por uma ampla coligação - com o PS e o independente Paulo Cafôfo à frente. É o mesmo Cafôfo que lidera agora a lista socialista ao Parlamento regional.
A escolha do Parque de Lazer das Faias, na Fajã da Ovelha, no município da Calheta, para a festa popular centrista, é sinal da aposta do CDS para estas eleições regionais. Assunção Cristas aposta na possibilidade de o partido funcionar como um fiel da balança entre socialistas e sociais-democratas. E o líder regional centrista, Rui Barreto, não recusa um entendimento com o PS.
A 8 de julho, em declarações ao jornal Público, Barreto disse que o CDS só estará disponível para um acordo de coligação, que será sempre mais fácil com o PSD. Com os socialistas, "será necessário um maior esforço de aproximação".
De acordo com a sondagem citada, o CDS elegerá 3 a 4 deputados (está nos 7,1%), tantos quanto o BE (6,9%). A CDU pode ter dois mandatos, com 4%, ligeiramente atrás do JPP (Juntos Pelo Povo), que elegerá os mesmos dois deputados e que também poderá ajudar a construir maiorias.
O secretário-geral deste partido fundado em 2015, Élvio Sousa, rejeita qualquer acordo com o PSD ("É o nosso adversário político, e é uma linha vermelha que estabelecemos"), uma porta que não é fechada com o PS.