Questionado sobre se Noronha do Nascimento, que também preside por inerência ao CSM, não violou o dever de reserva ao falar, em entrevista ao Diário Económico, sobre o caso Isaltino Morais, Bravo Serra disse entender que "não", argumentando que o presidente do STJ não comentou o caso concreto, limitando-se a criticar as actuais leis processuais penais.."Entendo que aquilo foi uma crítica dirigida ao sistema legal português e não ao caso concreto ou às decisões que foram tomadas no caso (Isaltino Morais) pela juíza" titular do processo..Quanto ao inquérito que o CSM, órgão de gestão e disciplina dos juízes, abriu no âmbito da detenção do autarca de Oeiras, Bravo Serra adiantou que este prossegui quanto à Relação de Lisboa para apurar porque é que "depois de ter havido alterações do efeito do recurso (de Isaltino) isso não foi transmitido ao tribunal de primeira instância", ou seja, ao Tribunal de Oeiras..No final da cerimónia, o Procurador-geral da República (PGR) não quis comentar as ditas declarações de Noronha do Nascimento, respondendo apenas: "Nunca comentei opiniões de ninguém e não vou começar agora" a fazê-lo.. Segundo disse ao Diário Económico o presidente do STJ, "não faz sentido" que o autarca de Oeiras continue em liberdade, porque existe uma sentença e há trânsito em julgado do recurso que Isaltino Morais apresentou. Noronha do Nascimento referiu também que existem incidentes dilatórios na legislação, o que suscita processos confusos..Na altura, o bastonário da Ordem dos Advogados reagiu, censurando as palavras de Noronha do Nascimento. Segundo sustentou Marinho Pinto, em declarações à agência Lusa, "quem sente necessidade de andar na comunicação social como um participante do debate público é seguramente um mau magistrado".."Um juiz deve falar através da sua sentença e mais nada", acrescentou o bastonário, referindo-se a Noronha do Nascimento..Recentemente, por unanimidade, o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou o pedido de Isaltino Morais, que pretendia o afastamento da juíza Carla Cardador. .O autarca foi detido e libertado, em menos de 24 horas, e o CSM abriu um processo de averiguações à decisão de ordenar a prisão de Isaltino pela juíza Carla Cardador, do Tribunal de Oeiras. Segundo este inquérito, não há erro judicial no mandado de detenção, estando agora a questão a ser apurada ao nível da Relação de Lisboa.