Carol Henrique: "Vim para estar mais perto do meu irmão e evoluir"

Entrevista à surfista luso brasileira, de 20 anos, após a vitória na segunda etapa da Liga Moche, na Costa da Caparica.
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Foi a primeira vez que venceu uma etapa da Liga. Quão difícil foi alcançar este resultado?

Era um objetivo meu, queria muito vencer e treinei bastante antes do campeonato. Esforcei-me para entender como estava o mar em todas as suas variáveis, para me adaptar bem e me sentir confortável na onda. Penso que tudo correu de uma forma bem simples, tudo se encaixou e consegui vencer.

Surfou com uma prancha do seu irmão, Pedro Henrique, que já fez parte do circuito mundial e que compete atualmente na Liga. Como é a vossa relação?

Ele ajuda-me muito, vamos surfar juntos muitas vezes e temos ido para algumas provas do circuito mundial de qualificação. Neste ano já estivemos na Austrália, em Israel e em Espanha para competir e isso tem puxado por mim. Ele surfa muito bem e dá-me dicas. Quanto à prancha, ele estava a surfar com ela na Austrália, achei que tinha muito bom aspeto e fiquei com vontade de a testar. Nisto passou-se um tempo, experimentei-a dias antes do campeonato na Costa, gostei dela e deu tudo certo.

É luso-brasileira mas cresceu no Brasil. Por que motivo está em Portugal?

Quando me mudei para Portugal, o meu irmão já vivia cá há uns anos. Veio por causa do kitesurf, já foi campeão mundial e tinha um patrocinador europeu. Decidi vir para cá não por causa do Brasil mas por ele, que me convenceu devido à variedade de ondas que existem aqui. Vim para estar mais perto do meu irmão e para evoluir no surf.

Sentiu algum preconceito quando cá chegou e começou a entrar nos campeonatos?

Senti um pouco aquela coisa de ninguém me conhecer, sabe? Quando comecei a correr a Liga não sei o que é que as meninas pensavam, se ia roubar o espaço a alguém ou assim... Sempre fui tranquila com isso, fiquei sempre no meu canto e nunca fiz por aparentar ser uma coisa que não sou. Sei que nasci no Brasil, que falo brasileiro e não tenho problema nenhum com isso. Se não tivesse nascido lá não seria do jeito que sou, e eu gosto do jeito que sou. Tentei chegar ao circuito para elevar o nível, não que eu seja a melhor surfista do mundo, mas para ser mais uma menina competindo e poder mostrar o meu surf.

Como compara a Liga aos campeonatos que existem atualmente no Brasil?

Não cheguei a competir muito no circuito nacional profissional lá, mas o meu irmão competia e eu fui com ele algumas vezes. Mas, tendo em conta toda a estrutura e organização, a Liga é um dos circuitos mais fortes, tanto na Europa como em comparação com o que existe no Brasil.

Tem 20 anos e quer dedicar-se a 100% ao surf profissional. Quais os seus objetivos a médio prazo?

O meu foco principal é poder correr as etapas mais pontuadas do circuito mundial de qualificação para estar cada vez mais ao nível das surfistas internacionais. Sei que ainda há muita coisa a melhorar... Outro dos meus objetivos é conseguir um patrocínio principal, para poder ir para essas etapas com conforto e tranquilidade para poder estar a surfar bem.

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