A IGAI fez uma recomendação às polícias sobre as normas de identificação e detenção de menores, relembrando as regras gerais. Há motivos para que as polícias portuguesas sejam alertadas para estas normas?.A questão da identificação é um direito que as autoridades têm e está definido por regras muito claras. Relembrar as regras em vigor parece-me importante do ponto de vista pedagógico, mas se houve necessidade de fazer uma recomendação é porque houve notícia de situações que não ocorreram como deviam. Pode haver um problema de violação dos direitos humanos..Mas as polícias não deviam atuar segundo as normas?.Relembrar as regras é sempre importante, quer para quem chefia como para quem fiscaliza. É um imperativo, não pode haver esquecimentos. Há um problema de formação nos órgãos de polícia criminal em Portugal e é muito mais operacional do que constitucional. Muitas vezes conhecem a lei, mas não cumprem. E se não cumprem, não venham invocar desconhecimento..Em que situações é que se verifica o incumprimento da lei?.Por exemplo, um detido tem direito a ter sempre um advogado com ele e isso não é cumprido pelas polícias. Muitas vezes justificam-no com álibis do género: estarem a fazer um procedimento de revista à pessoa. Isso pode acontecer na presença de um advogado. Já houve queixas de advogados..Nas identificações com retenção em esquadra também há abuso?.Por vezes, não se justifica a retenção na esquadra. É uma forma de humilhar. Ainda por cima as esquadras não têm videovigilância ou uma escala de advogados de prevenção para acompanhar