Carlos César. "Todo o país tem interesses no alojamento local"
O líder parlamentar do PS desvalorizou hoje uma eventual incompatibilidade do novo coordenador socialista do grupo de trabalho da habitação, que substituiu Helena Roseta no cargo, afirmando que "todo o país tem interesses no alojamento local, a favor ou contra. Eu não serei certamente impedido de discutir o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) por ter um carro a diesel", afirmou Carlos César, que falava à saída da reunião semanal do grupo parlamentar do PS.
Como o DN noticiou ontem, Hugo Pires, o deputado escolhido pelo PS para substituir Roseta, tem duas empresas que atuam na área do imobiliário, e que têm entre as atividades declaradas o alojamento turístico. César adiantou que o deputado já pediu à subcomissão de Ética que se pronuncie sobre uma eventual incompatibilidade - "Se houver incompatibilidade substituiremos o deputado, se não houver ele fará o seu trabalho".
Palavras que foram acompanhadas pela própria Helena Roseta, que ficou também a ouvir, junto aos jornalistas, as declarações de Carlos César. E foi nessa altura que o líder da bancada do PS acrescentou: "A participação da deputada Helena Roseta é para nós sempre preciosa, ela faz parte de todo o património de discussão, de debate e de propostas no nosso país e não apenas no Grupo Parlamentar do PS. Por isso mesmo, a sua contribuição é sempre bem-vinda". "Sendo certo", fez questão de acrescentar, que "representa o grupo parlamentar quem a direção indigita para o efeito".
Carlos César admitiu que se atingiu "uma situação de algum impasse, designadamente quanto às propostas de lei do Governo" sobre habitação, que deveriam ter sido votadas na última terça-feira, mas acabaram adiadas para dezembro, a pedido do PS.
"É importante que esse impasse seja superado e o esforço que estamos a fazer com uma nova equipa é justamente para que isso aconteça", acrescentou, falando em "urgência" na resolução deste problema: "Queremos esses assuntos resolvidos - e bem resolvidos. Entendemos que a aprovação das propostas do Governo, em conjugação com o debate na especialidade com outras forças políticas, é fundamental para que haja um mercado de habitação mais justo".