Carlos Brito pede consenso democrático para mudar Governo

O antigo dirigente do PCP Carlos Brito defendeu hoje que "basta um consenso democrático e republicano" no país para rejeitar o "projeto aventureiro" do Governo PSD/CDS-PP.
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"Não é preciso ter uma perspetiva do mundo do trabalho, nem ser de esquerda, nem do centro-esquerda, basta um consenso democrático e republicano para rejeitar este projeto aventureiro, concebido por tecnocratas formados na escola do neoliberalismo, ainda por cima com a lição mal aprendida, veja-se o caso dos impostos, sem experiência de governação e grande desconhecimento do país", afirmou no final de um jantar em sua homenagem, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Defensor da convergência entre as forças de esquerda, Carlos Brito reiterou que vê possibilidades para uma ação convergente de oposição ao Governo, considerando que a recusa do PS, PCP e BE de participar na comissão eventual para a reforma do Estado é um "ótimo ponto de partida".

"Quando a oposição se levanta em conjunto, o Governo tem recuado", destacou, apontando como exemplos os "recuos" na Taxa Social Única, na privatização da TAP e da RTP.

Brito criticou a filosofia do Governo que quer um "Estado mínimo, que tira tudo e não dá nada" e apenas quer cobrar impostos para "saciar a ganância dos mercados".

Carlos Brito, que completou sábado 80 anos, afastou-se do PCP em julho de 2002 na sequência de divergências com a direção do partido, um processo que culminou na expulsão de dois dirigentes, Edgar Correia e Carlos Luís Figueira. Enquanto militante comunista, integrou o Comité Central entre 1967 e 2000, foi diretor do jornal Avante! entre 1992 e 1998 e candidato presidencial no sufrágio de 1980, tendo desistido a favor de Ramalho Eanes.

O ex-dirigente comunista foi preso pela primeira vez pela PIDE com 20 anos, passou mais de oito anos nas cadeias da ditadura e mais de 10 anos na clandestinidade.

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