Cardeal patriarca de Lisboa exorta cristãos a viverem como integrantes do presépio

O cardeal-patriarca de Lisboa centrou a sua mensagem de Natal no presépio, exortando os cristãos, não apenas a montá-lo em tempos natalícios, mas a fazerem parte dele.
Publicado a
Atualizado a

"Não sei se nós conseguiremos, alguma vez, avaliar totalmente a influência que esta representação teve na nossa cultura, na nossa maneira de sentir, no que diz respeito aos sentimentos mais profundos, concretamente ao sentido da vida e a tudo aquilo que se refira a Deus", disse Manuel Clemente na sua mensagem divulgada hoje à noite, acrescentando que na "tradição do presépio -- como os Evangelhos nos mostram o nascimento de Jesus -- há esta imensa novidade de tudo o que é divino se fazer humano e tão próximo, tão pequenino e tão frágil".

Para o cardeal-patriarca, a representação do presépio "acabou por influenciar a (...) própria visão das coisas, mesmo para além das fronteiras confessionais estritas", levando a que se tenha "atenção ao imenso no mais pequeno, ao divino no humano, à grandeza de Deus na fragilidade em que a vida acontece a cada um".

"A lição do presépio, de um Deus representado assim numa criança que nem sequer nasce numa casa normal, porque não havia lugar para ela na hospedaria e teve que nascer precisamente aí, numa manjedoura, num presépio... tudo isto é uma lição enorme", que dá ao cristão "outra maneira de ver a vida, de estar atento às coisas e à grandeza delas na mais pequena e mais frágil das circunstâncias".

Na sua mensagem, o cardeal-patriarca de Lisboa deu exemplos de situações que, em Lisboa, mostram que o presépio "continua a acontecer", como a criação de um grupo de apoio a sem-abrigo que surgiu após uma religiosa passar por uma praça da cidade "onde notava a persistência de várias pessoas sem abrigo e começou a sentir aquilo como um problema também seu", de um grupo de apoio a mães com bebés com dificuldade físico-mental e que não tinham possibilidade de cuidar dessas crianças e que até agora já conseguir acompanhar mais de meio milhar de mães, ou a do casamento de um jovem casal -- a mulher internada em unidade de cuidados paliativos -- e do batizado do seu filho.

"É costume dizermos nesta altura -- e é um bom sentimento -- que bom seria se o Natal, com tudo aquilo que traz à sociedade, às famílias, e mesmo a quem não as tenha, fosse assim todos os dias. E pode ser, mas pode ser se for presépio e se nós próprios não apenas montarmos presépios, mas nos integrarmos nele, no grande presépio do mundo", acrescentou Manuel Clemente na sua mensagem de Natal.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt