Cantor pimba foi assaltado, mas acabou com uma queixa por sequestro
Podia dar uma letra de música. Foi na noite de domingo de Páscoa para segunda-feira que tudo aconteceu. Alguém entrou em casa do pai de Delfim Júnior, vocalista da banda de baile Ympério Show, aproveitando que o cantor estava a atuar numa festa para o roubar.
Da vivenda localizada em Jolda (São Paio), no concelho de Arcos de Valdevez, terão sido furtados mais de 200 mil euros entre dinheiro e ouro. Apesar de a vítima não confirmar o valor em causa. "Foi uma quantia muito razoável", diz apenas.
O cantor declarou em comunicado que foram roubadas joias da mulher "com um alto valor sentimental, já que muito tinha sido herdado", e que "foram ainda roubadas várias peças do guarda-roupa pessoal e profissional".
O dinheiro roubado era uma quantia reservada para as obras que o cantor anda a fazer na sua propriedade, conhecida na zona como a "Casa da Música", e que fica ao lado da casa do pai, local onde a família de Delfim está a residir atualmente e que foi a vivenda assaltada.
"A casa que foi furtada foi a do meu pai porque eu estou a fazer obras na minha, que é ao lado", explica ao Diário de Notícias e solta: "Mas como é que sabiam que o dinheiro estava lá?"
Afinal, o dinheiro roubado estava escondido na dispensa, atrás dos sacos de ração de comida para cão. Tem dois na moradia.
Com uma equipa de construção civil a trabalhar na casa, o artista não demorou a ter uma desconfiança: o serralheiro que na terça-feira a seguir ao crime foi colocar as janelas na "Casa da Música" e que, ao que tudo indica, tem cadastro.
"O homem é serralheiro. Os trolhas que andam lá a trabalhar são de confiança. Eu perguntei-lhe se sabia de alguma coisa, porque ele é conhecido por ter sido preso por autoria de uns furtos", comenta.
Resultado: os dois exaltaram-se, terão trocado umas palavras mais azedas e o trabalhador da construção civil terá acabado por apresentar queixa contra Delfim Júnior, na GNR de Ponte de Lima, por alegada ameaça e sequestro com arma.
"Não sei de nada. Ele estava com o chefe dele e com outro rapazito. Acabou o dia de trabalho, deu-me um abraço e disse-me que ia tudo correr bem. Se me pôs uma queixa ou não, não sei. Não fui notificado de nada. O que sei, apenas sei pelas redes sociais", defende, negando "categoricamente que tenha havido qualquer sequestro, ou tentativa ilegal de obtenção de alguma informação acerca do crime ocorrido".
"Acreditamos na justiça e no seu tempo, tendo por isso apresentado a respetiva queixa-crime. E outras faremos caso se venham a justificar, apenas lamentando-se que imediatamente após esse momento o assunto tenha assumido repercussões mediáticas impensáveis e que nos são prejudiciais", lê-se no comunicado.
O Diário de Notícias tentou confirmar este facto, mas não conseguiu resposta do gabinete de relações públicas da guarda republicana de Viana do Castelo.