Cante alentejano nas ruas de Mérida. "O que nos une é muito mais do que o que nos separa"
"Hoje visitaram a Presidência da Junta [da Extremadura] o grupo coral Os Boinas, de Ferreira do Alentejo, onde assistiram à apresentação do festival Terras Sem Sombra", escreveu no Instagram Guillermo Fernández Vara.
A 15.ª edição do festival, que tem os Estados Unidos como país convidado e este ano celebra os 550 anos do nascimento de Vasco da Gama e o início das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, chegou esta segunda-feira a Espanha, com uma programação que engloba concertos, conferências, visitas guiadas ao património e ações de proteção da biodiversidade.
Desta vez Os Boinas começaram atuar no Palácio da Presidência, mas depressa acabaram nas ruas da cidade, acabando por levar ceder aos vários pedidos e levar o cante alentejano até às ruas de Mérida, e inclusive ao Teatro Romano, para espanto dos turistas que por ali aproveitavam a primavera antecipada.
Para Guillermo Vara, a chegada do Terras Sem Sombra a Mérida é uma prova de que "de ambos os lados da Raia, há mais coisas que nos unem do que as que nos separam". E aponta: "Cultura, património e biodiversidade também são pontes por criar".
Na apresentação do festival, Fernández Vara sublinhou ainda ser "muito importante que Espanha e Portugal olhem na mesma direção. As empresas fizeram um grande esforço de internacionalização e conseguiram, graças à sua tenacidade, esforço e paixão". E garantiu: "Temos de continuar a melhorar para facilitar as vidas das pessoas.
Depois da apresentação em Washington em janeiro, quando o rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento atuou no Kennedy Center, uma das salas míticas da capital federal americana, o festival Terras Sem Sombra já passou por Vidigueira, Serpa e Reguengos de Monsaraz.
Depois de países como Espanha, Brasil ou Hungria, o Terras Sem Sombra tem este ano os EUA como convidados. Depois da passagem dos Cantadores de Vila Nova de São Bento por Washington, o Spellman College Glee Club, grupo coral feminino da Geórgia, esteve na Vidigueira.
Este é também o primeiro ano em que o festival, criado em 2003, assume esta vertente ibérica, com atividades em dois concelhos da Extremadura espanhola.