Candidatos socialistas terminam debate com ataques mútuos
Maria de Belém afirmou ontem que sempre cumpriu a lei, após Henrique Neto questionar a sua ética por ter desempenhado cargos parlamentares e privados no mesmo setor em simultâneo.
Num debate entre dois candidatos socialistas à Presidência da República, a ex-presidente do PS respondeu (enquanto entregava ao moderador um dossier sobre o caso): "A minha ética é a ética. No Estado de direito cumpro a lei [e] não tive um processo por dívidas ao Fisco.... mas não quero fazer ataques desta natureza inaceitável" a uma candidata "que cumpre a lei no país."
Henrique Neto, lembrando que a sua adversária presidiu à comissão parlamentar de Saúde enquanto exercia cargos num grupo privado do setor, disse que "uma coisa pode ser feita dentro da legalidade mas ser eticamente reprovável e não estou ver bem que um Presidente da República tenha tido cargos numa comissão parlamentar e cargos privados".
"Tenho uma estratégia" para Portugal, "ideias claras, a competência necessária e não tenho telhados de vidros", concluiu o empresário - calculando "a destruição de riqueza no país entre 150 mil milhões e 200 mil milhões de euros nos últimos 15 anos".
Maria de Belém, rejeitando ser uma candidata "de fação" dentro do PS, lembrou o seu longo percurso profissional fora da política como testemunho de que, sendo eleita para Belém, irá desempenhar o cargo em prol de "causas mobilizadoras e na resolução de problemas estruturais".
Maria de Belém lamentou ainda que os candidatos presidenciais sejam questionados "sobre a instabilidade" política que deve ser a "preocupação principal" do Presidente, entendimento partilhado por Henrique Neto.