Candidato do campo presidencial eleito deputado no círculo que inclui Portugal
Stéphane Vojetta, candidato do campo presidencial francês, foi eleito deputado à Assembleia Nacional pelo círculo eleitoral no estrangeiro que abrange Portugal, com 57,27% dos votos nas legislativas de domingo, segundo os dados oficiais hoje divulgados.
Depois do revés no 5.º círculo eleitoral francês no estrangeiro na primeira volta das legislativas, que ditou a derrota do antigo primeiro-ministro socialista Manuel Valls, Stéphane Vojetta, que passou à dissidência por não ter sido escolhido pela maioria presidencial, foi finalmente apoiado pelo campo eleitoral de Emmanuel Macron nesta segunda volta e venceu.
Com 57,27% dos votos, Vojetta derrotou o seu adversário Renaud Le Berre, da coligação pré-eleitoral liderada pela França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, que obteve 42,74% dos votos dos eleitores inscritos nesta circunscrição, que abrange Portugal, Espanha, Mónaco e Andorra.
Os eleitores franceses inscritos em Portugal votaram também maioritariamente Vojetta na segunda volta das legislativas francesas, dando-lhe 67,93% dos votos, contra 32% para Le Berre.
Renaud Le Berre tinha sido o mais votado na primeira volta das eleições legislativas francesas no círculo eleitoral que abrange Portugal, segundo dados oficiais.
A coligação que apoia o Presidente francês, Emmanuel Macron, obteve 245 deputados na Assembleia Nacional na segunda volta das eleições legislativas de domingo, com 100% dos votos apurados, ficando muito aquém dos 289 necessários para a maioria absoluta.
A Ensemble! (juntos, em português) recebeu 38,57% dos votos, o que significa perder uma dezena de pontos percentuais e 105 deputados em relação à segunda volta das eleições legislativas de 2017.
De acordo com os resultados divulgados hoje pelo Ministério do Interior, a coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) fica com 131 deputados, com 31,60% dos votos.
O maior aumento, que os institutos demográficos não previam com essa magnitude, corresponde à União Nacional - de extrema direita - de Marine Le Pen, que conquista 89 lugares (com 17,30% dos votos), dando um salto gigante em relação aos oito deputados que tinha conseguido em 2017, quando na segunda volta obteve 8,75% dos votos.
O clássico Partido Republicano de direita sofreu um grave revés, já que os 61 deputados alcançados ficam bem abaixo dos 112 de há cinco anos. Em percentagem de votos, caiu de 22,23% para 6,98%.
As eleições legislativas definem a composição da Assembleia Nacional francesa - composta por 577 deputados - e funcionam com base num sistema maioritário uninominal a duas voltas.