Cândida Almeida cedeu nas perguntas para evitar inquirição a Sócrates
Cândida Almeida travou a inquirição ao primeiro-ministro e, em troca, deixou que Paes Faria e Vítor Magalhães escrevessem no seu despacho final as 27 perguntas que ficavam por fazer.
O negócio que selou o desfecho da investigação ao Freeport foi revelado hoje pelo Expresso.
De acordo com o semanário, os procuradores pediram à directora do DCIAP autorização para inquirir o primeiro-ministro e o ministro da Presidência, Silva Pereira, quando receberam o relatório da PJ sobre a investigação.
Cândida Almeida recusou. Mas, para que não fosse acusada de falta de transparência, deixou que as perguntas entrassem no despacho de arquivamento.
A directora acrescentaria no fim do documento uma nota justificativa em que dizia que a inquirição aos membros do Governo não ia alterar grande coisa.
A notícia surge no mesmo dia que o DN revelou que os dois procuradores não queriam que Cândida Almeida fosse a uma reunião com as autoridades inglesas em Haia.
PGR não se demite
Pinto Monteiro afirmou hoje, em entrevista ao Expresso, que não teve conhecimento prévio do despacho final do caso Freeport. O Procurador Geral confessou que não falou com os dois procuradores para saber como não houve tempo para ouvir José Sócrates e recusou demitir-se.