Cancelado o maior congresso de telecomunicações devido ao coronavírus

Evento, que se realizava há 33 anos consecutivos, foi cancelado após a desistência das maiores operadoras. Intel, Cisco, Facebook e Vodafone, entre muitas outras, tinham anunciado que não iriam a Barcelona.
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O Mobile World Congress (MWC) de Barcelona tem a edição deste ano cancelada, devido aos receios sobre o coronavírus que levaram as principais operadoras do setor, numa vaga que cresceu desde segunda-feira, a cancelar a participação no certame que se deveria realizar de 24 a 27 de fevereiro

É a primeira vez na história de 33 anos do MWC Barcelona que os organizadores cancelam o evento, que atrai mais de 100 mil participantes de todo o mundo para conhecer as últimas inovações, abordar investidores e fazer negócios.

"A preocupação global com o surto de coronavírus, as preocupações com viagens e outras circunstâncias tornam impossível" a realização do evento, disse John Hoffman, diretor-executivo da organização da conferência, à Bloomberg.

Pouco depois a organização emitiu um comunicado em que deu conta do cancelamento. "Com o devido respeito ao ambiente seguro e saudável de Barcelona e do país anfitrião, a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020 porque a preocupação global com o surto de coronavírus, com viagens e outras circunstâncias, impossibilita a realização do evento. As partes da cidade anfitriã respeitam e compreendem esta decisão", lê-se no comunicado.

A associação da GSMA, organizadora e órgão que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo, realizou uma reunião extraordinária do seu conselho esta quarta-feira, para analisar se o evento deveria ser realizado após a vaga de cancelamentos dos últimos dias.

As desistências foram em grande número e cresciam a cada dia. Depois da Intel e da chinesa Vivo, as empresas americanas Facebook e Cisco anunciaram terça-feira que estariam ausentes do World Mobile Congress (MWC) em Barcelona, por receios ligados ao novo coronavírus, aumentando a incerteza sobre o evento.

Antes, outros grandes grupos como a sul-coreana LG, a sueca Ericsson, a americana Amazon e a japonesa Sony e NTT Docomo também cancelaram a participação neste congresso, o grande salão do setor em que os fabricantes de telefones apresentam as últimas novidades.

"A segurança e o bem-estar dos nossos funcionários e parceiros são a nossa principal prioridade e por isso retiramo-nos desta edição do Mobile World Congress por precaução", disse a produtora de microprocessadores americana Intel à AFP.

A Cisco, fabricante de equipamentos de telecomunicações sediada nos EUA, também anunciou que tinha "tomado a difícil decisão" de abandonar o congresso devido ao novo coronavírus.

"Como precaução, os funcionários do Facebook não comparecerão no Mobile World Congress este ano devido aos riscos para a saúde pública do coronavírus", disse, por seu turno, um porta-voz do Facebook (proprietário do Instagram e WhatsApp).

A chinesa Vivo, entre os cinco principais fabricantes de smartphones do mundo, também anunciou a ausência na terça-feira.
"A saúde e a segurança dos nossos funcionários e do público em geral são uma prioridade para nós", disse a Vivo, segundo grupo do gigante asiático a desistir de ir ao congresso depois da Umidigi na segunda-feira.

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