As marcações no chão e a sinalização vertical não deixam margem para dúvidas: em quatro ruas da freguesia de Campolide, em Lisboa, é permitido estacionar no passeio. Os lugares foram marcados pela própria EMEL, a empresa que gere o estacionamento na capital - e são pagos - com o aval da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal..A notícia foi esta quinta-feira avançada pelo Jornal de Notícias. André Couto, presidente da junta de Campolide, diz que a medida é "provisória" e foi pedida pelos moradores para fazer face aos problemas de estacionamento que ameaçam agravar-se nos próximos tempos, devido a obras que vão cortar lugares de parqueamento. "Esta solução saiu de uma reunião participativa entre a população, a EMEL, a Junta e a Câmara Municipal. A alternativa era cortar metade dos lugares de estacionamento, a população pediu que fosse encontrada outra solução", acrescenta o autarca socialista..André Couto explica que estão em curso duas obras que vão retirar lugares de estacionamento aos moradores - a requalificação de várias ruas e a construção de um parque estacionamento em altura na rua General Taborda.Por outro lado, justifica, o "cenário anterior eram os carros a ocupar o passeio todo", pelo que a colocação dos pilaretes "protege a circulação pedonal" - "acaba por delimitar melhor o espaço de cada um, as pessoas não têm que ir para a estrada". "Compreendemos que possa haver alguma preocupação, também achamos que esta não é a solução ideal, é a solução possível", remata o autarca..Também a Câmara de Lisboa sublinha a natureza provisória desta medida. "O estacionamento de veículos ocupando parcialmente o passeio em Campolide é uma situação transitória e temporária, limitada apenas a quatro ruas de Campolide", refere fonte oficial da autarquia, acrescentando que a EMEL "vai criar um parque de estacionamento na Rua Actor Taborda, com mais 60 lugares exclusivos para residentes, sendo esta situação permitida apenas enquanto esse parque não estiver concluído". .À semelhança do que afirma o presidente da Junta, a Câmara alega que a "situação do estacionamento era mais grave anteriormente, antes da entrada da EMEL na freguesia, porque os passeios eram ocupados pelos carros na totalidade". "A introdução temporária dos pilaretes a delimitar o espaço para peões foi feita com recurso a medições, garantindo sempre um mínimo de 90 centímetros, para permitir a passagem de cadeiras de rodas", acrescenta a mesma fonte, garantindo que "qualquer medição errada ou que não respeite esse espaço mínimo será revertida"..Já a EMEL respondeu ao DN que a criação destes lugares foi "solicitada pela Junta de Freguesia de Campolide e devidamente autorizada pela Câmara Municipal de Lisboa", com o "intuito de resolver a pressão do estacionamento na zona".