Câmara recebe sindicato para pôr fim à greve
Os trabalhadores da recolha de lixo de Loures estão em greve desde as 23.00 de segunda-feira para protestar contra o corte do subsídio de deslocação que auferiam há 27 anos. No primeiro dia de greve, dos nove camiões de recolha que deviam sair, só saiu um, devido à barreira formada pelo piquete de greve, que se recusou a cumprir os serviços mínimos exigidos pela administração dos Serviços Municipalizados. Estes serviços esperavam que pelo menos 50 por cento dos trabalhadores estivesse ao serviço, segundo explicou à agência Lusa o dirigente sindical João Coelho.
A acção do piquete de greve, que impediu os camiões de saírem, levou à intervenção da PSP, que segundo João Coelho, "efectuou uma carga policial" e "lançou gás pimenta" sobre os trabalhadores. "Houve uma grande tensão com o PSP e eles avançaram para cima de nós. Depois tentaram dissuadir-nos lançando gás pimenta", queixou-se o sindicalista. A versão do sindicato foi, no entanto, negada pela PSP de Loures que disse à agência Lusa ter-se tratado apenas de "meros empurrões" ao piquete de greve. "Foram apenas pequenos incidentes, com empurrões, porque eles estavam a impedir a saída dos colegas. A PSP vai continuar no local porque assim o é exigido e temos de cumprir a lei", sublinhou o Chefe Duarte da esquadra da PSP de Loures.
Entretanto, a Câmara Municipal de Loures comunicou ao sindicato dos trabalhadores que os irá receber hoje às 14:00 para tentarem chegar ao entendimento. João Coelho sublinhou que o fim da paralisação estará dependente da proposta apresentada pela autarquia. No entanto, se a greve continuar irão aderir também, além dos trabalhadores da recolha do lixo, os piquetes da água e do saneamento dos Serviços Municipalizados de Loures (SMAS), mas só o farão no último dia de protesto (sexta-feira).