Democratas querem acabar com o "shutdown" mas não aceitam muro
"The Wall is Coming" - "o muro está a caminho" anuncia o presidente norte-americano Donald Trump na sua conta de Instagram, como se estivesse a anunciar o próximo episódio de A Guerra dos Tronos. Mas o presidente não sabe dizer como nem quando o muro se vai tornar real, uma vez que os democratas continuam a não aprovar o seu financiamento.
Na quinta-feira, a maioria democrata da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou duas medidas para terminar com o impasse sobre o encerramento parcial de serviços do governo federal norte-americano que dura há 13 dias. No começo dos trabalhos do 116.º Congresso dos EUA, a Câmara aprovou dois documentos de financiamento temporário que reabririam os serviços afetados, com fundos para o controlo fronteiriço, mas que não inclui o financiamento para a construção do muro entre o México e os Estados Unidos. Só que, por essa razão, os documentos não deverão ser aprovados quando subirem ao Senado, controlado pelos republicanos.
Um dos textos garantiria até 30 de setembro os orçamentos para a maioria das administrações federais atingidas, enquanto o outro financiaria até 8 de fevereiro o orçamento da Segurança Interna - uma forma de ganhar tempo até se encontrar um compromisso na questão da fronteira. Os democratas dizem que são a favor do fortalecimento de algumas medidas de segurança, mas rejeitam firmemente a ideia de um muro que consideram "ineficaz" e "caro" demais.
"Esta votação é inútil e não fornece os meios de que necessitamos para garantir a nossa fronteira", denunciaram os republicanos. Também Donald Trump, nas primeiras declarações públicas após a vitória dos democratas na Câmara dos Representantes, reafirmou esta ideia: "Sem um muro não teremos segurança nas fronteiras", disse, perante a recusa dos democratas de aprovarem o financiamento de cinco mil milhões de euros para esta obra.
Assim, 25% das administrações norte-americanas vão continuar paralisadas.
O encerramento parcial dos serviços nos Estados Unidos afeta agências de dez departamentos do executivo, incluindo Transporte e Justiça, bem como dezenas de parques nacionais, que geralmente são uma grande atração turística. Esta situação também afeta 800 mil dos 2,1 milhões de trabalhadores federais, que não recebem ordenado enquanto o governo permanecer fechado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem agendada para esta sexta-feira uma reunião na Casa Branca com os líderes de ambos os partidos para discutir esta paralisação.