A Associação Portuguesa de Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE) manifestou esta quinta-feira "repúdio" pela decisão do Governo de proibir fogo-de-artifício até segunda-feira sem ser consultada ou informada do teor do despacho, classificando a medida de "indiscriminada"..O Governo declarou que entre esta quinta-feira e a próxima segunda-feira, dia 6 de agosto, o país se encontrara em "situação de alerta" devido à previsão de calor extremo e agravamento do risco de incêndio florestal..No âmbito da "Declaração da Situação de Alerta", prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, o Governo determinou ainda algumas medidas de caráter excecional, como a dispensa do serviço de funcionários públicos que sejam também bombeiros ou lançamento de fogo-de-artifício ser proibido, mesmo nos casos em que tenha sido autorizado..Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a APIPE manifesta o seu "repúdio e incompreensão pelo teor" da proibição de lançamento de fogo-de-artifício e manifesta a sua "estranheza" no facto de - enquanto maior e mais antiga associação empresarial do setor, que sempre pautou a sua conduta pela cooperação com as autoridades públicas - não ter sido consultada ou, sequer, informada do teor deste despacho, de que só tomou conhecimento pela comunicação social"..A APIPE alega que as restrições ao lançamento de fogo-de-artifício são "altamente prejudiciais" para aquele setor, porque o verão é, "por excelência", o período de maior atividade, e a medida é "a única fonte de rendimento, direta ou indireta, de mais de 12 mil pessoas que trabalham em pirotecnia".."Este despacho ministerial levou ao cancelamento de espetáculos em praias, rios, albufeiras de barragens e outros espaços aquáticos, cidades, recintos desportivos, interior de pavilhões, os quais, como é evidente, nunca poderiam causar qualquer perigo de incêndio florestal", pode ler-se no comunicado..A medida tomada pelo Governo, diz a APIPE, é "injusta e arbitrária", porque deveria deixar às autoridades locais de Proteção Civil e de Bombeiros a "decisão de definir, caso a caso, quais as situações que seriam ou não suscetíveis de fazer perigar a floresta e os espaços rurais", lê-se no mesmo comunicado..Aquela associação recorda que há 12 anos cooperou com o Governo na "produção de legislação" sobre aquela matéria, "aceitando a proibição do lançamento de foguetes no período de verão", embora refira, por seu turno, que "compreende" e "aceita" que a necessidade de prevenção de fogos florestais leve à tomada de medidas pelas autoridades públicas tendentes ao combate aos incêndios..Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura vai subir de forma acentuada em Portugal continental a partir desta quinta-feira, mantendo-se muito elevada até ao fim de semana, com os avisos laranja a passarem a vermelhos (o nível mais grave) até às 05:59 de sábado..Os distritos abrangidos pelo aviso vermelho por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima são Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Guarda.