Cadernos desaparecidos de Charles Darwin foram devolvidos

Os documentos foram deixados numa área pública da biblioteca da universidade britânica, dentro de um saco cor-de-rosa e com um bilhete a desejar uma Feliz Páscoa à bibliotecária.
Publicado a
Atualizado a

Dois dos cadernos de Charles Darwin que tinham as suas ideias pioneiras sobre a evolução e o seu famoso esboço da "Árvore da Vida" foram devolvidos anonimamente depois de estarem desaparecidos durante 21 anos, informou a Biblioteca da Universidade de Cambridge esta terça-feira.

Os documentos foram deixados numa área pública da biblioteca da universidade britânica, dentro de um saco cor-de-rosa e com um bilhete a desejar uma Feliz Páscoa à bibliotecária.

Os manuscritos estão em boas condições e sem sinais óbvios de danos, disse a universidade em comunicado.

O cientista britânico encheu os cadernos em 1837, após voltar de uma viagem pioneira no navio HMS Beagle. A biblioteca disse que valem milhões de libras.

Num dos livros, Darwin desenhou um diagrama a mostrar várias possibilidades para a evolução de uma espécie e mais tarde publicou uma ilustração mais desenvolvida no seu livro de 1859 "A Origem das Espécies".

"O sentimento de alívio com o retorno seguro dos cadernos é profundo e quase impossível de expressar de forma adequada", disse a bibliotecária universitária, Jessica Gardner, que em 2020 alertou para o roubo dos cadernos. "O único objetivo do nosso apelo público era devolver os manuscritos à nossa biblioteca e estou muito satisfeita que tenha tido um resultado tão bem sucedido em tão pouco tempo".

A Biblioteca da Universidade de Cambridge listou pela primeira vez os cadernos como desaparecidos em 2001, depois de terem sido retirados de uma sala forte para que as coleções especiais fossem fotografadas.

Acredita-se que tenham sido incorretamente arquivados noutro sítio do edifício, que contém cerca de 10 milhões de livros, mapas e manuscritos, tal como um dos arquivos de Darwin mais importantes do mundo.

No entanto, uma grande busca em 2020, a maior da história da biblioteca, não conseguiu localizar os cadernos. "Os curadores concluíram que os cadernos... provavelmente foram roubados", disse a biblioteca na época.

A biblioteca chamou a polícia e os cadernos foram listados na base de dados de obras de arte roubadas da Interpol, Psyche.

Os cadernos vão ser expostos durante o verão "para dar a toda a gente a oportunidade de ver estes cadernos notáveis ao vivo", acrescentou Jessica Gardner.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt