"Cachaços" num treino de futebol provocam perdas de memória a jogador de 13 anos

No hospital, o atleta foi diagnosticado com uma cervicalgia e uma equimose, por ter levado palmadas na cabeça dos companheiros de equipa.
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Um rapaz de 13 anos perdeu a memória temporariamente depois de ter levado palmadas na cabeça dos colega de equipa num treino de futebol do Sport Club Freamunde, no distrito do Porto. O futebolista foi transportado pelos bombeiros para o hospital e o pai vai apresentar uma queixa-crime por agressão contra o clube, avança o Jornal de Notícias.

O atleta participava num treino de iniciados esta segunda-feira e terá começado a queixar-se da violência exercida pelos colegas depois de um exercício em que os jogadores estão numa roda a fazer passes para circular a bola e há um elemento no meio a tentar recuperá-la antes dos 25 passes ("meiinho"). O jogador não terá conseguido cumprir o objetivo e por isso levou uns "cachaços" dos companheiros de equipa, como descreve o pai do atleta que foi levado para o hospital. Em resposta ao JN, a direção do clube e o treinador assumiram o acidente, mas confessaram-se impotentes quanto a esta prática, que dizem ser habitual em todos os clubes.

Passados cerca de 45 minutos, o jogador desmaiou. Quando o pai chegou para o ir buscar ao treino, o rapaz estava numa maca e não se lembrava de ter estado sequer a treinar. Já no hospital foi lhe diagnosticado uma cervicalgia (uma lesão que causa dor e limitação de movimentos)​​​​​​e uma equimose (marca provocada na maioria dos casos por um traumatismo ou uma contusão).

Américo Nogueira, o pai, pediu entretanto a suspensão do treinador, e como esta não foi aceite pelo clube, vai avançar com uma queixa-crime. "O pai queria que o despedíssemos [o treinador], mas foi uma brincadeira. A pancada não foi dada com intenção de magoar. Entendemos que não podemos culpar nem o técnico nem os miúdos que deram o cachaço", indicou o diretor do clube, Fernando Silva, ao jornal do Porto.

"Já o tinha feito várias vezes com outros miúdos que treinei e nunca houve nenhum problema. Até ajuda a criar um espírito de brincadeira entre os miúdos", explica o treinador.

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