Butão. O país pobre que conseguiu imunizar mais de 60% da população numa semana
Com o programa de vacinação mais rápido do mundo, o Butão vacinou 62% da sua população contra a covid-19 em apenas uma semana. O país aplicou 469 664 doses da vacina da Oxford-AstraZeneca doadas pela Índia.
O país budista no extremo leste dos Himalaias faz fronteira com a China e a Índia e tem 23% da sua população abaixo do limiar de pobreza. A pandemia do novo coronavírus tinha potencial para arrasar o Butão e tirá-lo do ranking de país mais feliz do planeta, mas o governo liderado por um primeiro-ministro que também é médico conseguiu travar a disseminação do vírus. Foi decretada uma rigorosa quarentena de 21 dias a quem entrasse no país, foi montado um plano de rastreamento de contactos de pessoas infetadas e foram distribuídos kits com desinfetantes, máscaras e analgésicos, doados pela Índia.
A população de 778 mil pessoas conta apenas com 337 médicos e uma máquina para testar amostras do vírus.
O rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck lançou um fundo de assistência de 19 milhões de dólares (15,9 milhões de euros) que beneficiou 34 mil butaneses afetados pela pandemia. A mobilização arrastou uma onda solidária que envolveu hoteleiros, fazendeiros e também membros do Parlamento, que doaram um mês dos seus salários.
O sucesso dos dois confinamentos decretados pelo primeiro-ministro Lotay Tshering refletiu-se em números: desde o início da pandemia, o país registou 887 casos e uma morte.
Tanto o combate ao vírus como o programa de vacinação contaram com a ajuda de um corpo de voluntários vestidos com uniformes cor de laranja, os De-Suung ou Guardiães da Paz, que alcançaram as zonas mais remotas do país.