A Comissão Europeia vai convidar uma farmacêutica com vacina de covid-19 assente na tecnologia do ARN mensageiro para produzir 1,8 mil milhões de doses contra as novas variantes do vírus, disse esta sexta-feira fonte oficial à agência Lusa.."Vamos selecionar uma empresa farmacêutica e convidá-la a produzir 1,8 mil milhões de doses de vacinas [contra a covid-19] com critérios que são importantes para nós, como trabalhar com a tecnologia do ARN mensageiro, ter produção na União Europeia [UE] e respeitar regras de fiabilidade", avançou à Lusa fonte oficial do executivo comunitário..O objetivo é que "a UE esteja preparada para as novas etapas da pandemia", dado o surgimento de novas variantes do vírus (como as mutações detetadas no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul), apontou a mesma fonte..Em causa está uma "nova geração de contratos com foco em 2022 e 2023", acrescentou.."Tendo em conta a experiência que já temos em termos de acordos de aquisição, de criação de um portefólio de vacinas e da aceleração da produção", este contrato a ser celebrado com apenas uma farmacêutica prevê a compra inicial de 900 milhões de doses e com a opção de compra de mais 900 milhões, explicou a mesma fonte à Lusa, após a informação ter sido avançada pela agência noticiosa francesa AFP..Nesta iniciativa liderada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o executivo comunitário quer então "olhar já para o futuro", pretendendo que as novas vacinas "possam cobrir todas as variantes, as atuais e futuras"..Estipulado está que "nos próximos dias" o executivo comunitário escolha uma farmacêutica que trabalhe com a tecnologia do ARN mensageiro - como a Pfizer/BioNTech ou a Moderna -, cabendo depois à empresa fazer uma oferta, que será negociada entre as partes, prevendo nomeadamente "obrigações mensais" de entrega (em vez de ser por trimestre, como atualmente)..A fonte oficial da instituição não se comprometeu com prazos, já que só depois do convite é que arrancam as negociações com essa mesma farmacêutica, mas garantiu que o objetivo é que este seja um "processo rápido".."Não temos tempo a perder", disse, justificando também por isso que a Comissão Europeia esteja já a atentar na fase seguinte da pandemia, apesar de ainda só 6,8% da população adulta europeia estar totalmente imunizada e de 16,3% ter recebido a primeira dose de vacina contra a covid-19..Ao todo, foram já administradas pelos países europeus 84 milhões de doses de vacinas, de um total de 106 milhões de doses chegadas à UE, segundo a ferramenta 'online' do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças para rastrear a vacinação da UE, que tem por base as notificações dos países..Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE pela Agência Europeia do Medicamento: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson, que estará em distribuição em meados deste mês de abril)..Tendo em conta estes e outros dois fármacos (da Sanofi-GSK e da CureVac, ainda por autorizar) já assegurados pela Comissão Europeia, chegarão à UE cerca de 2,6 mil milhões de doses de vacinas, às quais se somarão as tais 1,8 mil milhões focadas em combater as novas variantes.."Sabendo que a produção ainda é limitada e que ainda há muitos desafios, é importante que planeemos com tempo", observou ainda a fonte oficial do executivo comunitário nas declarações à Lusa..Outro objetivo é que estas "vacinas de nova geração" garantam que "existem vacinas suficientes para quando forem vacinados adolescentes e crianças" na UE, adiantou..A meta da Comissão Europeia é que pelo menos 70% dos adultos europeus estejam vacinados até final do verão.