Brexit: Trump critica Theresa May por não ter seguido os seus conselhos
O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou hoje a deixar críticas à primeira-ministra britânica, Theresa May, declarando-se "surpreendido por ver até que ponto as coisas estão a correr mal" com as negociações do Brexit e lamentando que a chefe do governo britânico não tenha ouvido os conselhos que lhe deu.
"Francamente, penso que aquilo poderia ter sido negociado de outra forma", acrescentou. "É uma situação difícil", observou Trump, insistindo, a partir da Sala Oval e na presença do primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, na complexidade da "questão da fronteira com a Irlanda", que continuará a integrar a UNião Europeia.
As afirmações de Trump surgiram horas antes de o Parlamento britânico, que rejeitou por duas vezes o acordo de retirada concluído com Bruxelas, se ter pronunciado hoje a favor de um adiamento do 'Brexit'.
O Reino Unido deveria teoricamente sair da UE, com ou sem acordo, a 29 de março, dentro de pouco mais de duas semanas.
O chefe de Estado norte-americano considerou, por outro lado, que um segundo referendo, para o qual apelam algumas vozes no Reino Unido, não é uma opção. "Não penso que outra votação [popular] seja possível, porque isso seria injusto para aqueles que ganharam" no primeiro referendo, em junho de 2016, defendeu, considerando que as coisas poderiam ter sido diferentes se May tivesse ouvidos os seus conselhos.
"Dei à primeira-ministra as minhas ideias sobre a forma de negociar. Penso que teriam resultado. Ela não ouviu, e isso não é um problema, ela faz o que tem de fazer", resumiu.
Numa entrevista ao tabloide The Sun por ocasião da sua primeira visita oficial ao Reino Unido, Trump já tinha dito que se estivesse no lugar de May, teria abordado a negociação de forma radicalmente diferente.
May revelou, em seguida, que Trump lhe fizera uma surpreendente sugestão para um 'Brexit' bem-sucedido: perseguir judicialmente a União Europeia. "Mas, na verdade, não [vamos fazer isso], vamos negociar...", esclareceu, na altura, a primeira-ministra britânica.